segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Paleontólogo cratense será o primeiro brasileiro a receber o prêmio Morris F. Skinner nos EUA

Foto: Flaviana Lima

O professor e paleontólogo Antônio Álamo Feitosa Saraiva, que é natural do Crato, na região do Cariri, será o primeiro brasileiro a receber a premiação Morris F. Skinner, um dos mais prestigiados prêmios da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados — SVP em inglês —, uma organização com cientistas, estudantes, artistas, preparadores, defensores, escritores e acadêmicos.


O paleontólogo receberá a honraria durante o 84º encontro anual da SVP, que terá início no próximo dia 29 de outubro, com a entrega do prêmio no dia 2 de novembro. O evento ocorrerá em Minneapolis, nos Estados Unidos.


A sociedade tem como objetivo apoiar e incentivar a descoberta, a conservação e a proteção de fósseis de vertebrados e sítios de fósseis; promover a ciência da paleontologia; atender interesses comuns, dentre outras ações.


O paleontólogo de 63 anos conta que desde a infância sempre foi muito curioso em relação à ciência. “Eu era um pouco 'menino maluquinho', gostava de querer ser cientista. Achava que era operar lagartixa, fazer coleção de bichos e olhar a natureza.”


Ele relata que, por influência do pai e do avô, que tinham uma criação de gado, seus heróis de infância eram os vaqueiros. ”Quando perguntavam pra mim, até os 14 anos, o que eu gostaria de ser, eu respondia: ‘Eu quero ser vaqueiro’.”


O professor relata que encontrou na biologia o que realmente gostava e tinha curiosidade em saber. “Ainda hoje eu me considero como um 'menino maluquinho'.”


Premiação nos Estados Unidos

Em relação à premiação, o professor Álamo destaca que ficou surpreso ao receber a notícia. “Concorri com dois colegas de profissão que são reconhecidos no mundo todo. Ter recebido esta homenagem foi uma coisa que me deixou muito surpreso e feliz.”


“Apesar disso aqui ser o meu divertimento, foi um trabalho feito com muita seriedade. Sabemos como é a pesquisa no Brasil. Nem sempre você tem dinheiro pra isso. Às vezes é preciso tirar dinheiro do bolso para manter os estudantes em campo, essa coisa toda”, diz ele. 


O paleontólogo acredita estar no caminho certo e comenta sobre a repercussão do prêmio a nível nacional e regional: “Eu sei que no Brasil fazer ciência não é muito fácil. Meus pares e todos aqui me dão os parabéns e estão todos muito felizes”.


“Biologia é campo. Além de estudar muito, biologia, como o próprio nome já diz, é o estudo da vida (...) Você tem que ter aquela curiosidade de menino, você tem que pegar nos espécimes e ver a natureza. Casando a sala de aula, o campo e o laboratório, você será um biólogo completo”, aconselha ele.


Fonte: O Povo

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