O bebê, Paulo Ricardo Dias da Silva, de um mês e 9 dias que morreu no último domingo (11/05) após sofrer traumatismo e diversas lesões, já havia dado entrada em um hospital com o braço fraturado cerca 15 dias antes. O caso do bebê já havia sido denunciado ao Conselho Tutelar de Juazeiro de Norte. Os pais do bebê são os principais suspeitos das agressões. Os dois estão presos.
De acordo com a Polícia Militar, na tarde do domingo os pais do bebê, uma mulher de 30 anos e um homem de 24 anos, levaram o filho ao Hospital Infantil Maria Amélia Bezerra, alegando que a criança estava com dificuldade de respirar, porém, o menino já chegou ao local sem vida.
Os profissionais de saúde notaram sinais de agressões no corpo do bebê. O menino tinha pancadas na cabeça e outras lesões pelo corpo. A equipe médica suspeitou de traumatismo craniano e acionou a polícia.
Nas apurações feitas ainda no hospital Maria Amélia Bezerra, foi descoberto que há cerca de 15 dias a criança tinha dado entrada na unidade com uma fratura no braço. À época, ao ser questionada sobre a lesão, a mãe do menino disse aos médicos que o recém-nascido havia dormido em cima do membro.
Na ocasião do primeiro atendimento, a criança foi medicada e teve o braço engessado. A imobilização deveria ficar por mais de 15 dias, contudo, quando o bebê deu entrada no hospital no último domingo (11), sem vida, ele estava sem o gesso.
A retirada do gesso reforçou a tese dos investigadores de que os pais estavam tentando esconder que a criança vinha sofrendo maus-tratos. Após os trabalhos da polícia, foi constatado que a morte da criança se tratava de um caso de homicídio.
Denúncia ao Conselho Tutelar
Em nota enviada à TV Verdes Mares, o Conselho Tutelar de Juazeiro do Norte informou que antes da morte da criança, o hospital já havia enviado um e-mail relatando as suspeitas de agressão por parte dos pais. O órgão, no entanto, não informou quando recebeu a comunicação.
"Fora realizada visitas domiciliares não exitosas, considerando que o imóvel estava sempre fechado. Em vista disso, a notificamos formalmente por escrito, onde enfim, a genitora entrou em contato com este órgão, via telefone institucional, justificando está em período de puerpério, motivo pelo qual não iria poder comparecer na sede do conselho, conforme notificada. Na ocasião, questionou-se sobre a mesma não ser encontrada na residência em nossas tentativas de visitas, onde não obtivemos justificativa", disse o órgão.
O Conselho Tutelar também disse ter orientado o hospital a acioná-los caso o bebê fosse novamente atendido na unidade de saúde. No entanto, quando o bebê voltou ao hospital, no dia 11 de maio, já estava morto.
A mãe e o pai do bebê foram capturados e levados à Delegacia de Juazeiro do Norte, onde foram autuados em flagrante pelo crime de homicídio qualificado.
Em depoimento, a mulher alegou para a polícia que sofria de problemas psicológicos e relatou que o menino nasceu após gravidez indesejada. Ela disse ainda que não se lembrava do que havia ocorrido com ele.
Já o pai negou as agressões contra o filho e disse que não presenciou a mãe batendo no bebê, embora a mulher apresentasse comportamento agressivo.
A mulher e o homem passaram por audiência de custódia nesta segunda-feira (12) e tiveram as prisões em flagrante convertidas em prisão preventiva.
Fonte: g1 CE
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