Juazeiro do Norte registra caso suspeito de intoxicação por metanol com morte

Foto: João Valério/Governo do Estado de SP

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa-CE) informou nesta quinta-feira (9) que investiga um caso suspeito de intoxicação por metanol em Juazeiro do Norte, que evoluiu para óbito. Amostras biológicas foram coletadas e encaminhadas à Perícia Forense do Estado (Pefoce) para análise laboratorial, que deverá confirmar ou descartar a presença da substância.

Ainda conforme a Sesa, outro caso suspeito foi notificado em Fortaleza, também com coleta de material para exame. Com isso, o Ceará possui atualmente dois casos em investigação.

“Foram notificados dois novos casos suspeitos, nos municípios de Juazeiro do Norte e Fortaleza. Ambos realizaram coleta de amostras para análise laboratorial na Pefoce. O caso de Juazeiro do Norte evoluiu para óbito”, informou o boletim da Sesa-CE.

Desde o último sábado (4), seis casos suspeitos de intoxicação por metanol haviam sido registrados no Estado, mas todos foram descartados após avaliação técnica.

O metanol é uma substância tóxica, usada em solventes e combustíveis, e pode causar cegueira, falência renal e morte quando ingerido. A suspeita é de que o produto esteja sendo adicionado a bebidas adulteradas, o que levou a uma série de alertas em todo o país.

Em Juazeiro do Norte, a Vigilância Sanitária Municipal informou que está reforçando as fiscalizações em bares, restaurantes e supermercados, orientando comerciantes sobre a compra de bebidas apenas de distribuidores oficiais e alertando a população para denunciar locais suspeitos.

NOTA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE JUAZEIRO DO NORTE SOBRE CASO SUSPEITO DE INTOXICAÇÃO POR METANOL A Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte (Sesau) esclarece que está sob investigação um caso suspeito de intoxicação por metanol. Trata-se de um paciente do sexo masculino, de 56 anos, com histórico de etilismo crônico e outras comorbidades associadas. O paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Lagoa Seca na noite da última quarta-feira, 8 de outubro, apresentando quadro de dor abdominal, dispneia, êmese, hipotensão e sinais clínicos compatíveis com intoxicação por metanol. Foram adotadas medidas de suporte clínico e realizada coleta de material para investigação. No decorrer da noite, o paciente apresentou agravamento do quadro clínico, evoluindo com hipotermia e piora hemodinâmica, vindo a óbito na madrugada desta quinta-feira, 9 de outubro de 2025. Diante da compatibilidade clínica e do histórico de consumo crônico de álcool, foi levantada a suspeita de intoxicação por metanol, iniciando-se a investigação epidemiológica em articulação com os órgãos competentes. A Vigilância Sanitária foi comunicada e, em conjunto com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), deslocou técnicos à casa do paciente, para coleta de informações junto à família. Durante a visita, foi recolhida uma amostra da última garrafa consumida pelo paciente, que ainda continha pequena quantidade de líquido. Também foi realizada visita ao estabelecimento onde a bebida foi adquirida. No local, identificou-se uma amostra do mesmo lote da bebida consumida pelo paciente. O produto encontrado possui as autorizações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e não tem características visuais de possível adulteração. Apesar disso, o produto foi devidamente coletado e acondicionado para investigação. A Sesau destaca que, conforme a Nota Técnica nº 360/2025, do Ministério da Saúde (MS), devem ser considerados casos suspeitos aqueles em que o paciente, após ingestão de bebidas alcoólicas, apresenta, a partir de 12 horas, persistência ou agravamento de sintomas compatíveis com embriaguez, associados a desconforto gástrico, alterações visuais, como visão turva, borrada, presença de manchas (escotomas) ou perda da acuidade visual. As notificações de casos suspeitos são fundamentais para o monitoramento rigoroso das intoxicações por metanol. A Sesau segue apurando o caso e aguarda o resultado dos exames laboratoriais, que estão em curso, para confirmar ou descartar a suspeita.

As informações são do repórter Rogério Brito/ Miséria