De tempos em tempos, o consumo de ovos é alvo de desconfiança na comunidade científica, que busca entender se o alimento oferece mais benefícios ou riscos para a saúde. Dessa vez, um estudo em grande escala realizado pelo Life Span Study encontrou evidências de que o alimento garante benefícios surpreendentes, incluindo um menor risco de desenvolvimento de doenças cardíacas e até derrame.
Segundo o site New York Post, para alcançar os resultados, os pesquisadores entrevistaram cerca de meio milhão de pessoas na China ao longo de nove anos. Com os dados em mãos, a equipe descobriu que comer pelo menos um ovo, todos os dias, diminui o risco de morte por AVC em 30%.
Analisando os índices de acidente vascular cerebral hemorrágico, as chances de desenvolver o problema caíram para 26%.
Para entender melhor a pesquisa, a coluna Claudia Meireles conversou com a nutricionista Letícia Gasparetto. De acordo com a especialista, a ideia de que o ovo pode ser um vilão precisa ser desmistificada, de uma vez por todas.
“A associação do ovo com problemas cardíacos está muito ligada ao colesterol presente na gema do ovo. No entanto, não podemos esquecer que a maior parte do colesterol que circula em nosso corpo não é proveniente do colesterol dos alimentos, mas sim do nosso fígado, que produz colesterol em resposta à alta ingestão de gorduras saturadas e trans”, explica.
Além dos benefícios para o coração, os pesquisadores chineses também encontraram evidências de que a proteína do ovo garante maior saciedade e reduz a ingestão alimentar em indivíduos saudáveis e com sobrepeso.
Segundo Letícia Gasparetto, além da sensação de “barriga cheia”, a ingestão de ovos também está associado a uma melhora no metabolismo.
“Uma unidade de 50 gramas de ovo contém cerca de 6,2 gramas de proteína. As altas doses desse componente contribuem para aumentar a massa muscular, porque é uma fonte de proteínas e vitaminas do complexo B importantíssimas para fornecer energia”, complementa.
Outros benefícios
Os autores do estudo também conseguiram demonstrar que a ingestão de ovos aumenta a luteína e a zeaxantina plasmáticas, responsáveis por desempenhar um papel importante na proteção contra oxidação, inflamação e aterosclerose.
Para a especialista, há outros benefícios que podem ser garantidos quando incorporamos o alimento à dieta. Ela conta que as gemas dos ovos, inclusive, podem ser uma peça-chave para melhorar a memória, por conta da presença de uma substância chamada colina.
Melhora o sistema imunológico
De acordo com a nutricionista, o ovo também é uma ótima fonte de antioxidantes, como a vitaminas A, D, E e do complexo B, aminoácidos (triptofano e tirosina), e minerais (selênio e zinco), que podem ser associados a uma melhora significativa na resposta do corpo no combate aos efeitos nocivos, internos e externos.
Combate a anemia
Letícia Gasparetto revela, ainda, o potencial do consumo de ovos para combater a deficiência de ferro no organismo. Segundo ela, o ovo garante ferro, vitamina B12 e ácido fólico, substâncias importantes no combate à anemia.
Previne o envelhecimento precoce
Outro fator que está associado ao consumo do ovo é a prevenção contra o envelhecimento. A especialista revela que a presença de nutrientes como selênio, zinco e vitaminas A, D e E são responsáveis pela proteção das células saudáveis contra os efeitos causados pelos radicais livres.
Mantém a saúde dos ossos e dos dentes
Por fim, a nutricionista indica consumir ovos para garantir a saúde dos ossos, estendendo os benefícios para a boa manutenção dos dentes. De acordo com Letícia Gasparetto, os ovos são ricos em cálcio e fósforo, que ajudam na prevenção de doenças como a osteoporose e a osteopenia.
Todo cuidado é pouco!
Apesar da ingestão de ovos oferecer benefícios à saúde, a nutricionista chama atenção à recomendação diária do consumo do alimento. “Em média, a população deve consumir entre 0,8 a 1,2 g de proteína por kg de peso, mas isso varia de acordo com sexo, peso, idade e doenças associadas. Como o ovo é fonte de proteína, esse alerta é fundamental para não haver sobrecarga do organismo”, explica.
Além da necessidade de atenção à quantidade de ovos consumidos, a especialista ainda pede cuidado quanto ao modo de preparo do alimento. “Prefira ovos cozidos ou pochê ao invés de fritos. Isso ajuda a evitar a adição de gorduras extras. Outra dica é garantir equilíbrio nutricional. Uma opção é consumir junto do ovo alimentos ricos em fibras, como vegetais e grãos integrais”, finaliza.
Fonte: Portal Metrópoles
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