A Universidade Regional do Cariri (URCA) aprovou, junto ao Conselho Universitário (CONSUNI), três títulos de ‘Doutoras Honoris Causa’, que deverão ser concedidos ainda este ano. A aprovação ocorreu durante a primeira reunião ordinária do conselho de 2025, nesta sexta-feira, 8, presidida pelo Reitor Carlos Kleber de Oliveira, no auditório do Centro de Ciências e Tecnologia – CCT, no campus Crajubar, em Juazeiro do Norte.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima, será agraciada com o Título de ‘Doutora Honoris Causa’ da URCA.
Aprovado por unanimidade pelo CONSUNI, com apresentação da relatora, a vice-reitora Socorro Vieira, o título deverá ser entregue no mês de outubro deste ano, quando a ministra terá agenda na região. A trajetória de Marina Silva foi destacada por sua ampla atuação, que se confunde com a sua história de vida, de proteção ao meio ambiente e à Amazônia.
Foi constituída uma comissão de elaboração da apresentação com as professoras Roseli Barbosa e Francisca Clara de Paula e o professor Francisco Cunha.
Nascida em um seringal no Acre, a ministra é historiadora, professora, psicopedagoga, ambientalista e política brasileira, filiada à Rede Sustentabilidade (REDE). Foi senadora pelo Acre entre 1995 e 2011 e candidata à presidência da República nas eleições de 2010, 2014 e 2018. Juntamente com Chico Mendes, ajudou a liderar o movimento sindical, elegendo-se para o seu primeiro cargo público, o de vereadora de Rio Branco, em 1988.
As irmãs gêmeas Valéria Gercina das Neves Carvalho e Verônica Neuma das Neves Carvalho também serão agraciadas com o Título de ‘Doutoras Honoris Causa’. Os títulos foram propostos para a avaliação do conselho pela professora Dra. Cícera Nunes, com apresentação a relatora, Professora Roberta Duarte Piancó.
As irmãs têm ampla atuação nos movimentos sociais no Cariri e na luta antirracista no Ceará, com valorização das heranças africanas e educação popular no Cariri. Fundadoras do Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC e do Terreiro das Pretas, se tornaram símbolo de resistência e ancestralidade.
A previsão é que a solenidade de concessão dos títulos aconteça em setembro, durante o XVI Congresso Internacional Artefatos da Cultura Negra, no campus da URCA, em Crato. Nascidas no Crato e descendentes de quilombolas do Piauí, as gêmeas fundaram em 2001 o Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec). Desde então, a organização tem atuado em pautas como controle social de políticas públicas, combate ao racismo e fortalecimento da presença negra na vida política e cultural da região.
Além disso, desenvolvem um trabalho contínuo de formação e acolhimento no Terreiro das Pretas, espaço onde moram, localizado na Chapada do Araripe. Reconhecido como Pontão de Cultura pelo Ministério da Cultura, o terreiro é palco de atividades educativas, oficinas, rodas de conversa, eventos ligados à ancestralidade e à memória do povo negro do Cariri.
Verônica e Valéria são educadoras populares. A primeira tem formação como bióloga e assistente social. Valéria, é pedagoga. Juntas, elas promovem conhecimento, inclusive científico, longe do ambiente acadêmico (ainda majoritariamente branco).
O título de Doutoras Honoris Causa é a maior homenagem que uma universidade pode conceder. A expressão em latim significa “por causa da honra” e é destinada a personalidades que se destacam por sua contribuição relevante em áreas como cultura, educação, ciência ou direitos humanos.
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