O pró-reitor de Planejamento e Orçamento da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Mateus Ferreira, afirmou que a instituição vive uma “realidade cruel” e estuda cortes nos serviços essenciais após o Decreto nº 12.448/2025, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que impõe novas restrições orçamentárias às universidades e institutos federais. A declaração foi dada nesta terça-feira, 20/05, em entrevista à rádio CBN Cariri.
Segundo Ferreira, o orçamento discricionário da UFCA, destinado a despesas como água, energia, limpeza, vigilância e internet, permanece praticamente inalterado há mais de uma década, apesar do crescimento da universidade.
“Desde 2014 a UFCA recebe praticamente o mesmo orçamento discricionário. Em 2014, recebemos R$ 32 milhões; em 2025 estamos com R$ 31 milhões. Imagine a nossa situação tendo que pagar todas as despesas com o mesmo montante, praticamente inalterado por 11 anos seguidos. Isso por si só já seria um grande desafio”, afirmou.
No mesmo período, segundo o pró-reitor, o número de estudantes quase triplicou. “Em 2014, nós tínhamos 2.351 alunos. Hoje esse número aumentou para 5.824”, acrescentou Ferreira, classificando o cenário como “uma realidade um pouco cruel que permeia diversos governos”.
Na última quinta-feira, 15, a UFCA divulgou uma nota em que expressa preocupação com o decreto federal que estabelece que o orçamento aprovado para cada universidade seja executado mensalmente em 18 parcelas até novembro, e não mais em 12, como vinha sendo praticado. A nota afirma que a mudança pode comprometer pagamentos de contratos de serviços como limpeza, apoio administrativo e o funcionamento do Restaurante Universitário (RU).
A instituição afirmou que já vinha enfrentando dificuldades com o orçamento estagnado e que o novo modelo de liberação de recursos agrava ainda mais a situação. “Existe risco de atraso de pagamentos dos vários contratos que a UFCA mantém”, informou a nota.
A UFCA declarou que continuará em diálogo com o Ministério da Educação e com parlamentares da bancada cearense no Congresso Nacional, buscando alternativas para evitar prejuízos à sua operação.
As informações são da Rádio O Povo CBN Cariri
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