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Foto: Ciro Albano |
O avanço urbano na região do Cariri, no Ceará, tem sido apontado como o maior risco à sobrevivência do soldadinho-do-araripe, ave endêmica da Chapada do Araripe, que está ameaçada de extinção.
À Rádio CBN Cariri, o chefe da unidade local do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Carlos Augusto Pinheiro, destacou que o território natural da espécie está sendo rapidamente transformado pela expansão urbana descontrolada, que avança sobre encostas, áreas de nascente e trechos ainda preservados da mata úmida onde o pássaro se abriga.
“Estamos diante de um momento crucial. Se não houver uma intervenção imediata e efetiva, perderemos o soldadinho e todo um ecossistema que depende da água e da vegetação dessas encostas. Essa ave é um indicador da saúde ambiental do território. Quando ela some, é um sinal de que o ambiente já está gravemente comprometido”, afirma.
Uma nova unidade de conservação
Diante deste cenário, o ICMBio propôs a criação de uma nova unidade de conservação federal na região. “É uma iniciativa pensada para proteger não só o soldadinho, mas também os mananciais e outras espécies que dependem diretamente desse ecossistema. Além da preservação da fauna, o refúgio busca garantir serviços ambientais essenciais à população, como manutenção da qualidade e disponibilidade de água”, explicou Carlos.
O projeto apresentado prevê a criação de uma nova unidade de conservação federal com foco na preservação dos habitats naturais do soldadinho-do-araripe. A unidade se concentra principalmente nas encostas da Chapada do Araripe, considerada atualmente como uma região crítica para a existência da espécie.
Consulta pública e próximos passos
O processo de criação do Refúgio de Vida Silvestre esteve em fase de consulta pública. O ICMBio já realizou reuniões com as secretarias de meio ambiente e os conselhos municipais de Barbalha, Crato e Missão Velha.
Até o dia 17 deste mês de maio, a proposta esteve aberta para contribuições da população, por meio da plataforma de consultas públicas do Governo Federal. “Estamos abertos a sugestões e questionamentos. Esse diálogo é fundamental para que o refúgio seja bem aceito e efetivo”, destaca Pinheiro.
Fonte: O Povo
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