Urnas eletrônicas passaram por processo de auditoria na 101ª Zona Eleitoral de Presidente Prudente (SP). Foto: Bruna Bonfim |
A contagem dos votos no Brasil acontece em velocidade diferente nos estados principalmente por questões de infraestrutura de telecomunicação, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Historicamente, o Distrito Federal e estados do Sul e do Sudeste terminam a apuração antes, enquanto Norte e Nordeste demoram mais para finalizar.
As diferenças regionais podem fazer com que o início da apuração não represente o resultado final, com candidatos trocando de posição ao longo da apuração à medida que mais votos são computados.
Segundo o TSE, esta situação é causada por dificuldades logísticas e de transmissão dos estados. "Devido ao volume de informação que é recebida pelo TSE ao mesmo tempo, os votos do Norte do país acabam chegando a Brasília por último e, por isso, aguardam numa 'fila' para serem processados", afirma a Comunicação da Justiça Eleitoral.
Segundo o TSE, três fatores podem ocasionar lentidão e explicar a diferença histórica no processamento dos votos das regiões do Brasil:
Existência de filas de eleitores que ainda não votaram na seção eleitoral depois das 17h, quando a votação é, em tese, encerrada: "Nesses casos, a norma eleitoral determina que sejam distribuídas senhas e que a votação continue até que a última pessoa na fila vote. Só então é que a urna eletrônica é finalizada, o Boletim de Urna é impresso e a mídia de resultado é retirada para que os dados sejam transmitidos para a Justiça Eleitoral."
Limitações de comunicação e infraestrutura: "Essa é uma situação comum sobretudo em estados das regiões Norte e Nordeste e em partes do Centro-Oeste. A questão envolve a capacidade de processamento do computador disponível na localidade para a transmissão dos dados, bem como a estabilidade e a velocidade da rede de dados local na conexão com a rede privativa da Justiça Eleitoral", afirmam em nota. De acordo com o TSE, essa dificuldade costuma ser contornada pelo transporte do mesário até um ponto de transmissão da Justiça Eleitoral, o que leva tempo, ou pela utilização de um telefone via satélite em áreas remotas, como aldeamentos indígenas.
'Fila' de processamento de dados: Quando os dados são transmitidos ao Centro de Processamento de Dados (CPD) do TSE, entram em uma espécie de "fila". "Os dados dos estados que lidam com contingências de infraestrutura informacional acabam chegando ao TSE depois dos das regiões Sul e Sudeste, que conseguiram fazer a transmissão mais facilmente. Por isso, ficam aguardando numa “fila” para serem, enfim, processados e totalizados."
Andamento das últimas eleições
Em 2014, 2018 e 2022, candidatos do PT, que tem maior votação no Nordeste, tiveram um desempenho pior no início da contagem e melhoraram à medida que os votos foram computados.
No segundo turno de 2014, Dilma Rousseff (PT) só passou à frente de Aécio Neves (PSDB) às 19h32, com 88,9% do total apurado. Ela começou a reduzir a diferença com o tucano às 17h05.
Já no segundo turno de 2018, Fernando Haddad (PT) não chegou a ultrapassar Jair Bolsonaro, que concorreu pelo PSL, mas diminuiu a diferença percentual que separava os dois. O ex-prefeito de São Paulo chegou a ter 37,61% dos votos válidos, às 17h18, horário que começou a melhorar seu desempenho. Ele terminou a disputa com 44,87% dos votos.
No primeiro turno deste ano, Lula (PT) chegou a ter 41% dos votos, ante 48,37% de Bolsonaro, às 17h33. O petista passou a crescer percentualmente a partir desse horário, com pequenas oscilações negativas, e terminou a disputa com 48,43% dos votos, contra 43,2% de Bolsonaro.
Fonte: g1
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