Durante sessão de ontem na Assembleia Legislativa, o deputado Roberto Mesquita (PV) teceu duras críticas ao que chamou de "golpe" do Governo Federal ao Estado do Ceará. O parlamentar mostrou preocupação com a queda na economia cearense e defendeu que este seria o momento de os cearenses se unirem, justificando que o governo Dilma Rousseff trata o Estado como "descartável, sem a atenção que merece". "E, hoje, o Ceará está com desaceleração econômica por causa das trapalhadas de Brasília", observou.
A economia do Estado registrou retração de 5,32% no segundo trimestre de 2015, desempenho muito inferior ao registrado no segundo trimestre de 2014, com relação ao mesmo período de 2013, quando foi verificado um crescimento de 3,04%.
Mesquita chegou a questionar se não seria a hora de o governador Camilo Santana e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, deixarem a base aliada de Dilma Rousseff. "Será que ainda é interessante para Camilo continuar nesse partido que trata o cearense debaixo dos pés, sem demonstrar nenhum compromisso?", indagou.
Em aparte, o deputado estadual João Jaime (DEM), corroborando o pronunciamento de Mesquita, disse que as obras que hoje estão paralisadas em todo o Estado por falta de recursos federais farão falta aos cearenses.
Aeroporto
"Posso citar como exemplos a ampliação do Aeroporto Pinto Martins, que parou e agora o material se deteriora, causando prejuízos, e a construção do Acquario, que de forma inteligente Camilo tenta fechar com uma empresa chinesa a conclusão e manutenção do equipamento turístico", declarou o parlamentar.
No início do mês, o governador Camilo Santana esteve em missão oficial na China, onde se reuniu, entre outras empresas, com a Hainan Airlines, que pertence a um dos maiores grupos de investidores na área do turismo. Na ocasião, a companhia reafirmou o interesse na concessão do aeroporto de Fortaleza. "Além disso, apresentei ainda o projeto do Acquário do Ceará e eles se mostraram impressionados", disse após o encontro o governador Camilo Santana, ressaltando que a empresa também atua no ramo de hotelaria.
Refinaria
Ampliando os exemplos, o deputado Roberto Mesquita lembrou o caso da Refinaria Premium II, que frustrou a expectativa de lideranças cearenses e empresários que investiram no entorno do Porto do Pecém após a Petrobras retirar da previsão de investimentos da estatal as refinarias que seriam construídas no Ceará e no Maranhão. O deputado citou ainda os atrasos do programa Minha Casa, Minha Vida. "Hoje o Ceará é um cemitério de obras paradas, e a culpa é só do Governo Federal", assinalou.
O deputado estadual Carlos Matos (PSDB) afirmou não ter sentido os cearenses continuarem "ajoelhados" para o Governo Federal. "Os governos estadual e municipal estão envergonhados de terem apoiado Dilma Rousseff, por isso não se posicionam a respeito da atual situação. Hoje as obras estão paralisadas e precisamos reagir e dar uma resposta", pontuou o tucano.
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