Foto: Ceará Agora |
O período chuvoso do Ceará em 2025 atendeu ao previsto no início do ano, ficando dentro da média histórica para a quadra. Entre fevereiro e maio, choveu 517,8 milímetros (mm) no Estado – valor que, mesmo na média, é cerca de 15% menor que a normal meteorológica.
Os dados são preliminares, coletados pelo DN nesta segunda-feira (2/06), e estão sujeitos a atualizações pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Eles consideram as médias das chuvas dos quatro meses que compõem a quadra cearense. O balanço oficial deve ser divulgado pelo órgão nesta semana.
O desvio negativo de 15% nas chuvas em 2025 é o maior desde 2016. Naquele ano, as precipitações ficaram quase 48% abaixo da média. Entre os anos seguintes, o resultado mais negativo foi em 2021, que teve chuvas dentro do esperado, mas 12,6% abaixo da média histórica.
Em janeiro deste ano, o prognóstico da Funceme – previsão divulgada anualmente para estimar como devem ser as chuvas no Ceará – apontou 45% de probabilidade de chuvas dentro da média entre fevereiro e abril, contra 20% de chance de as chuvas ficarem acima da média e 35% abaixo da média.
Em fevereiro, outra previsão, referente aos meses de março a maio, manteve a maior probabilidade (45%) de precipitações na média, mas apontou possibilidades distintas para os outros cenários: 30% de chances de chuvas abaixo da média e 25% acima da média.
Chuvas por região do Ceará
Também conforme prognóstico da Funceme, a distribuição das chuvas entre os municípios cearenses foi irregular. Os maiores acumulados foram registrados no litoral; e os menores, nas regiões sertanejas do Estado.
Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foi onde mais choveu: a média para os meses entre fevereiro e maio é de 887,6 mm, mas em 2025 o acumulado chegou a 1.431,8 mm no município – mais de 61% acima da média.
A cidade chegou a decretar situação de emergência diante dos efeitos das fortes chuvas, que causaram enchentes e afetaram milhares de moradores nos bairros.
Fortaleza aparece em segundo lugar, com 1.325,2 mm de chuvas no período. O valor é 24% a mais do que os 1.068,2 mm médios contabilizados na capital durante a quadra chuvosa cearense.
No outro extremo, está o município de Croatá, na Região da Ibiapaba, onde menos choveu durante os quatro meses da quadra. Por lá, foram registrados apenas 141,2 mm – 65% abaixo da média de 401,9 mm.
As cidades de Carnaubal, na mesma região, e Campos Sales, no Cariri, completam o trio de cearenses com águas mais escassas em 2025. Na primeira, choveu 223,2 mm dos 507,4 mm esperados, um desvio negativo de 56%. Na segunda, foram 228,8 mm de chuvas no período, 41,4% a menos do que a média histórica, de 390,6 mm. Na região caririense, mais duas cidades estão entre as 10 que registraram menos chuva, sendo Salitre e Porteiras.
10 cidades onde mais choveu
Caucaia
Fortaleza
Maracanaú
Eusébio
Maranguape
Paracuru
Pindoretama
Palmácia
Pacatuba
Aquiraz
10 cidades onde menos choveu
Croatá
Carnaubal
Campos Sales (região do Cariri)
Poranga
Madalena
Salitre (região do Cariri)
Solonópole
Parambu
Icapuí
Porteiras (região do Cariri)
Efeito da quadra chuvosa nos açudes
Com as chuvas dentro da média nos meses da quadra chuvosa, o Ceará tem um retrato positivo nos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Nesta segunda-feira, cerca de 55% do volume total deles estão preenchidos.
O Estado tem 28 reservatórios sangrando, após atingirem a capacidade máxima. Entre eles está o Orós, o segundo maior do Estado, que verteu no último dia 26 de abril. Além deles, outros 34 estão com volume acima de 90%.
Os açudes cearenses têm capacidade de armazenar 18,5 bilhões de metros cúbicos, dos quais 10,18 bi de m³ estão cheios. Só neste ano, de acordo com levantamento da Cogerh, o aporte nos reservatórios foi de 5,97 bi de m³. O valor não considera a Região Metropolitana de Fortaleza.
O balanço da situação hídrica do Estado reflete também a distribuição irregular das chuvas entre fevereiro e maio. Algumas bacias hidrográficas estão cheias com mais de 90% da capacidade total, enquanto outras amargam volumes próximos a 30%.
A bacia do Litoral, que inclui açudes como Quandú e Mundaú, está com a situação mais confortável entre as 12, com 98,4% do volume. No outro extremo, com apenas 20,2% da capacidade preenchida, está a bacia do Sertão de Crateús, incluindo açudes quase secos.
Fonte: Diário do Nordeste
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