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Itens importados como algumas frutas e azeite, por
exemplo,
podem sofrer o impacto da variação primeiro. (Foto: Walter Craveiro)
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O
dólar comercial encerrou o pregão de ontem (17) em alta pela terceira sessão seguida
e acumula variação de quase 6% em 2019, além de atingir o patamar mais alto
desde outubro do ano passado. Quem planejava uma viagem ao exterior vê as
flutuações da moeda norte-americana com preocupação, mas quem fica no País, o
impacto também pode ser notado nos preços dos produtos em geral, sobretudo
entre os itens importados.
Nos
supermercados, a preocupação é visível. Itens importados como algumas frutas e
azeite, por exemplo, podem sofrer o impacto da variação do dólar comercial,
conforme avaliação do vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados
(Acesu), Nidovando Pinheiro. "Eu acho que existe a probabilidade de termos
um reajuste. Isso já aconteceu no ano passado. A variação reflete muito em
produtos cotados em dólar", explica.
O
presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do
Ceará (Fecomércio-CE) e diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos
Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE), Maurício Filizola, aponta que as
variações do câmbio influenciam consideravelmente o preço do combustível,
encarecendo mais o transporte de produtos dentro do Brasil.
O
mercado de medicamentos, com mais de 90% de matéria-prima importada, deve
sofrer os efeitos da flutuação por meio da redução de descontos que o varejo atualmente
repassa ao consumidor final.
Menos
descontos
"Os
preços dos medicamentos são tabelados nacionalmente, os aumentos acontecem no
setor uma vez por ano. O que pode acontecer é a indústria reduzir os descontos
oferecidos às distribuidoras e ao varejo, reduzindo assim o desconto que é
repassado ao consumidor final", explica o presidente.
Já
o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado
do Ceará (Sindipan-CE), Ângelo Nunes, avalia que a situação ainda não
representa uma ameaça ao preço do trigo, principal insumo para a fabricação do
pão. "Uma alteração maior afetaria o preço da farinha e isso seria
repassado às padarias, mas o cenário atual ainda não caminha para um aumento
nos preços", revela.
Para
Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO, a alta do dólar não deve se
manter. "O patamar de R$ 4,10 já é de altíssimo risco para quem aposta na
alta do dólar. Se o Governo der um passo firme em direção à reforma da
Previdência, a cotação desmorona", afirma. Diário do Nordeste
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