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Os últimos dados consolidados do Ministério da Saúde
apontam
que, em 2016, ocorreram 1.596 óbitos infantis no Estado.
Desse total,
427 (27%) foram registrados em Fortaleza
(FOTO: KID JUNIOR)
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A
mortalidade infantil compreende a soma dos óbitos ocorridos nos períodos
neonatal precoce (0-6 dias de vida), neonatal tardio (7-27 dias) e pós-neonatal
(28 dias e mais). Depois de sucessivas quedas, a taxa de mortalidade infantil
(TMI) no Ceará voltou a subir em 2016. Segundo a coordenadora de Vigilância em
Saúde da Sesa, Daniele Queiroz, a medida é sensível a dinâmicas de nascimentos.
Naquele ano, a explosão do zika vírus adiou a gestação de mulheres.
"Como
a taxa é uma medida matemática, isso pode ter influenciado. O número absoluto
de óbitos diminuiu, mas a taxa aumentou. Esse não foi um cenário particular do
Ceará, que ficou com números inferiores a outros Estados", declara. Ela
comemora ainda o recrudescimento de causas que mais matavam há cerca de 10
anos, como diarreia, desidratação, pneumonia e doenças preveníveis por vacinas,
como o sarampo.
Os
últimos dados consolidados do Ministério da Saúde apontam que, em 2016,
ocorreram 1.596 óbitos infantis no Estado. Desse total, 427 (27%) foram
registrados em Fortaleza. Em seguida, aparecem Juazeiro do Norte (66), Caucaia
(53) e Maracanaú (41), todas cidades com mais de 200 mil habitantes, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No
entanto, as maiores TMI estão em municípios menores do Interior cearense, com
pouco mais de 12 mil habitantes: Pereiro (45,5), Ipaumirim (43,1) e Ibaretama
(42,3). Dos 184 municípios cearenses, 24 atingiram TMI superior a 22,8, como
aponta o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesa. Daniele Queiroz
ressalta que a taxa pode ficar alta em municípios com população pequena porque
"com um óbito a mais, ela já pode aumentar". Com TMI geral de 12,6, o
Ceará fica dentro da categoria "baixa", conforme o Ministério da
Saúde, que a classifica em alta (50 ou mais), média (20-49) ou baixa (menos de
20). A Pasta explica que uma TMI alta tende a refletir "baixos níveis de
saúde, de desenvolvimento socioeconômico e de condições de vida". Porém,
ressalta que taxas reduzidas também podem encobrir más condições de vida
"em segmentos sociais específicos".
Levando
em consideração a faixa etária dos óbitos de 2016, 843 crianças morreram nos
primeiros seis dias de vida - 407 delas em menos de 24 horas. Outras 266
faleceram nos primeiros 27 dias e, mais 487, entre 28 dias e o primeiro ano de
vida.
Chama
a atenção que 1.055 casos, ou dois em cada três óbitos daquele ano, teriam
causas evitáveis, segundo o Ministério da Saúde. Destes, 910 (contra 957, em
2015) seriam reduzíveis por atenção à mulher na gestação. Dentre os principais
problemas, estão infecções específicas do período neonatal, com 227 casos, e
transtornos ligados à gravidez de curta duração e peso baixo ao nascer, com 109
ocorrências - 485 crianças nasceram com menos de 1kg. Diário do Nordeste

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