![]() |
NADYNA KALITA é fisioterapeuta. Trabalha informalmente
com estética, mas busca se formalizar como
microempreendedora individual. (Foto:
Alex Gomes)
|
Uma
busca por emprego formal que parecia não ter fim e muita aflição. Estas foram
as percepções da fisioterapeuta Nadyna Kalita, 25 anos, que não conseguiu
trabalho com carteira assinada após dois anos de tentativas depois de formada e
começou a atuar por conta própria. "Tive que procurar outros meios",
afirma. Ela não está só. O segundo trimestre deste ano, de abril a junho,
encerrou com mais de 1 milhão de pessoas nesta situação no Ceará, aumento de
6,13% em relação ao total observado em igual período de 2017, quando o Estado
contava com 946 mil pessoas no trabalho informal.
Os
dados constam na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). A informalidade, mesmo para quem
possui alguma formação profissional, tem sido alternativa para garantir a renda
e o pagamento das contas.
Para
o analista de Mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho
no Ceará (IDT), Mardônio Costa, a expansão da informalidade é um movimento que
ocorre em resposta à lenta recuperação econômica e as atuais dificuldades no
mercado de trabalho nacional. Hoje, a taxa de desemprego no País é de 12,3%,
atinge quase 13 milhões de brasileiros.
"Em
momentos de crise, o setor informal se constitui. É como um colchão amortecendo
as tensões sociais. Fizemos isso em 2015 e 2016, dois anos de retração em que a
economia encolheu 7% no acumulado do período. A exemplo do que ocorreu em
âmbito nacional, essa recessão também impactou no número de desempregos no
Ceará", explica, lembrando que a economia só foi melhorar no ano passado,
quando o Produto Interno Bruto (PIB) fechou em 1%. No Ceará, o crescimento
econômico foi de 1,87%, acima da média nacional.
Os
dados positivos sinalizavam para uma retomada definitiva do crescimento do País
neste ano. No entanto, a projeção do Relatório de Mercado Focus para o Produto
Interno Bruto (PIB) de 2018 encolheu pela metade, passando de 3% para 1,44%.
Mardônio
aponta que a recessão e o desemprego ainda elevado, somados à tensão eleitoral
e greve dos caminhoneiros, que paralisou a economia nacional em maio último,
foram os motores que contribuíram para frear o avanço previsto para este ano.
"Essas perspectivas foram dissipando a economia e isso provocou impacto no
mercado de trabalho. Com a recuperação se dando de forma lenta, a geração de
emprego também ocorre de forma modesta", observa. O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário