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Segundo dados da Cogerh de ontem, o Castanhão armazena
apenas
6,33% da sua capacidade total (FOTO: HONÓRIO BARBOSA)
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Jaguaribara. Mais de dez
comunidades rurais no entorno do Açude Castanhão, o maior do Ceará, atualmente
com apenas 6,33% da sua capacidade, sofrem com a escassez de água. As
localidades eram abastecidas por três caminhões da Operação Carro-Pipa do
Exército, mas o atendimento a cerca de 400 famílias foi suspenso em junho
passado. Muitas cisternas que captam água da chuva estão vazias.
Em
maio passado, no último mês da quadra chuvosa, a Prefeitura de Jaguaribara
decretou estado de emergência em decorrência da seca. Três meses depois, em 16
de agosto, o Ministério da Integração após reconhecimento da situação,
autorizou o Exército a executar a distribuição de água por meios de caminhões
pipa, mas até ontem não houve a implantação do serviço.
"Ainda
não temos previsão de quando os caminhões vão voltar a distribuir água",
disse o prefeito de Jaguaribara, Joaci Júnior. "Pelo menos essa é a
informação que recebemos de Brasília e do comando regional do programa.
Solicitamos pelo menos o retorno dos três caminhões. Infelizmente, a água do
Castanhão não chega às nossas comunidades".
Segundo
o gestor de Jaguaribara, cerca de 400 famílias sofrem com a escassez de água
nas comunidades rurais do Município. "As chuvas foram fracas, encheram as
cisternas, mas a maioria já secou e as dificuldades são enormes. Só dispomos de
um caminhão pipa, do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e sozinhos não
temos condições de atender à demanda por falta de condições financeiras".
Moradores
de Barro Vermelho, Macambira e Pau Moco, que fica distante apenas 4 km do
Castanhão sofrem. "A cisterna já secou e dependemos da água do caminhão
porque não existe outra fonte", disse o agricultor, José Pinheiro.
"Estamos perto do Castanhão, mas dependemos das chuvas. Nunca fizeram
adutora para nossas comunidades".
Outras
localidades mais distantes, cerca de 60km do reservatório, como Pedras e Cabeça
da Égua também enfrentam crise de desabastecimento. "A alternativa de
emergência é o abastecimento por caminhões pipa", reforça o prefeito de
Jaguaribara.
A
técnica da Comissão Estadual de Defesa Civil (Codec), Ioneide Araújo, explicou
que o órgão atende às sedes urbanas municipais do Semiárido cearense. "O
atendimento nas localidades rurais é feito pelo Exército, por meio da Operação
Pipa. Jaguaribara tem o decreto de emergência reconhecido até 21 de dezembro
próximo". A Defesa Civil estadual atende quatro cidades: Boa Viagem, Pereiro,
Mombaça e Deputado Irapuan Pinheiro, com a distribuição de água.
Choró
deve ser incluída em breve. Os municípios que estão enfrentando dificuldades
devem ter o decreto de emergência reconhecido e procurar o Grupo de
Contingenciamento e o Comitê da Seca, instituições criadas pelo Governo do
Estado, para apresentar suas reivindicações.
Operação
Pipa
No
Ceará, 236.390 habitantes estão sendo abastecidos com água potável nas áreas
rurais de 41 municípios, por meio da Operação Carro-Pipa Federal. Ao todo, 467
caminhões realizam o atendimento das famílias. O Ministério da Integração
Nacional destinou R$ 19 milhões ao Governo do Ceará para atendimento da
população na área urbana. Diário do Nordeste

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