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(Foto: Nelson Almeida/AFP) |
Os
presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) se
enfrentaram no debate da RedeTV!, nesta sexta-feira (17), ao discutirem diferença salarial entre homens e
mulheres no país.
A
candidata contestou o capitão reformado sobre afirmação dele de que a diferença
salarial entre homens e mulheres não é uma questão por já ser vetada pela CLT(Consolidação
das Leis do Trabalho).
Foi
o momento mais tenso do encontro, que reuniu oito candidatos, e da campanha
até agora. O PT foi à Justiça reivindicar o
direito de Lula participar, mas o pleito foi negado. O
ex-presidente está preso em Curitiba e com a candidatura sob análise.
"Não
é uma questão de que não precisa se preocupar. Tem que se preocupar sim",
disse Marina a Bolsonaro.
O
deputado havia dito que "é mentira" que defendeu que mulher deve
ganhar menos que homem. "Na CLT já está garantido à mulher ganhar igual ao
homem. Não temos que nos preocupar com isso", falou.
Bolsonaro,
no entanto, já afirmou que "não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo
salário".
Marina
afirmou no debate que a realidade comprova que ainda há diferença
remuneratória, apesar de ambos terem as mesmas capacidades, e que é função do
presidente da República lutar contra o problema.
O
formato do debate exigia que os candidatos andassem até o centro do palco e
fizessem questões um ao outro.
Diante
de Bolsonaro, Marina criticou o rival por "pegar a mãozinha de uma criança
e ensinar como é que faz para atirar". "É esse o ensinamento que você
quer dar? Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência", disse
ela, sob aplausos da plateia.
Sem
tempo para resposta, o deputado encerrou a discussão com uma menção à Bíblia: "Leia o
livro de Paulo".
O
embate entre os dois começou com pergunta do deputado sobre a opinião da
adversária a respeito de porte de arma. A ex-senadora se disse contrária à
proposta.
Foi o
primeiro debate televisivo após o registro da candidatura de Lula. Ausente, o
ex-presidente foi criticado por outros postulantes. O petista sofreu ataques
por insistir em ser candidato e foi relacionado a escândalos de corrupção nos
governos do PT.
A
RedeTV! decidiu, na última hora, retirar o púlpito vazio que seria identificado
com o nome do ex-presidente. A emissora disse que a medida foi tomada por
decisão da maioria dos candidatos.
Só Guilherme Boulos (PSOL) foi
contra a retirada.
Também
participaram os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Henrique
Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos) e Cabo Daciolo (Patriota).
"Aqui
não tem púlpito para bandido", disse Bolsonaro na entrada no estúdio,
aludindo à decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de negar mandado de
segurança apresentado pelos advogados do ex-presidente.
Durante
o debate, Alvaro Dias chamou a candidatura de Lula de encenação.
"É
uma afronta ao país, um desrespeito à Justiça, uma violência ao Estado de
Direito. A democracia exige respeito à lei e todos somos iguais perante a
lei", afirmou ele.
O
partido de Lula chegou a pedir ao TSE autorização para que ele fosse ao debate,
mas o pleito foi rejeitado.
Diante
de pergunta sobre o espaço vazio que seria reservado ao PT, Marina aproveitou
para alfinetar a sigla de Alckmin, falando que "esse púlpito está
preenchido pelos mesmos que estavam no palanque anterior, no palanque do
candidato do PSDB".
Bolsonaro
se dirigiu a Meirelles para associá-lo ao PT. O capitão reformado lembrou que o
adversário foi presidente do Banco Central nos dois mandatos de Lula.
Questionado
sobre a dívida pública, o deputado, com longas pausas, respondeu que, segundo
seus economistas, será difícil lidar com o tema. Na sequência, defendeu a
redução do peso do Estado.
Boulos
também atacou Meirelles após o candidato do MDB dizer que a equipe econômica da
qual ele fez parte, no governo Temer (MDB), foi chamada de "time dos
sonhos" pela imprensa.
"Esse
time dos sonhos do qual você fala virou time dos pesadelos para muitos
brasileiros", rebateu o psolista. Meirelles foi ministro da Fazenda de
Michel Temer.
Alckmin
e Ciro adotaram uma dobradinha, escolhendo fazer perguntas um ao outro pelo
menos três vezes, sobre temas econômicos sobretudo.
Cabo
Daciolo (Patriota), um dos mais comentados em redes sociais no debate anterior,
na Band, circulou com uma Bíblia a tiracolo e repetiu as menções a Deus. Fonte: Folhapress
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