Unidades de saúde travam luta contra o aumento da demanda
15.01.2015
Município de Sobral amplia equipamentos e pessoal e prioriza o combate à mortalidade infantil e materna
Sobral. O atendimento básico neste município passa por ampliação. O ano inicia com seis novos Centro de Saúde da Família, três novos anexos e 13 novas equipes. Até o fim deste mês, duas novas equipes devem integrar o atendimento. Distritos como Aprazível, Bonfim, Patos e Rafael Arruda estão entre os contemplados com novos postos, garantindo a cobertura de 98% do território. Contudo, o combate à mortalidade infantil e materna é ainda o maior desafio.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Sistema da Saúde Pública de Sobral está com 97,71% de cobertura populacional na atenção primária. Isso significa um crescimento de 12 novas equipes de Saúde da Família em relação ao ano de 2013 e um incremento de aproximadamente 30% em novas consultas mensais por médicos, enfermeiros e dentistas.
Segundo a secretária de Saúde do município, Mônica Souza Lima, após os investimentos, Sobral passa a contar com 33 Unidades Básicas de Saúde, já as equipes, passaram de 48 para 60. "Mais três devem assumir até o início de fevereiro, completando as 15 novas equipes nessa nova etapa do atendimento básico de saúde", enumera a secretária. Em 2014, foram 10 novos Centros de Saúde da Família.
Aluguel
No Alto do Cristo, um imóvel alugado está servido como Centro de Saúde e passou recentemente por adequações, como limpeza especial. "Houve um atraso na construção da unidade do bairro, por ainda não haver chegado o repasse do Governo Federal, mas negociamos com a construtora e ela terminará a tempo de inaugurar, no dia 5 de fevereiro", explicou Mônica.
Com quase todo território atendido, a coordenadora da Atenção Básica, Alessandra Ponte, ressalta que hoje, o maior desafio dentro da cidade é a redução a zero da mortalidade infantil e materna. Em 2014, o índice de mortalidade em Sobral foi de 9,8, contra a média do Brasil, que é de 16,7. "Queremos reduzir a zero, por isso a cada ano temos avanços nesses índices. Existem muitas políticas públicas específicas para lidar com esse atendimento", destaca ela.
Além da construção dos novos centros, ela destaca, ainda, que 13 deles estão passando ou passarão por reformas e outros terão ainda ampliação de serviços da saúde básica.
Atualmente, a atenção primária à saúde conta com 60 Equipes de Saúde da Família (ESF), 37 Equipes de Saúde Bucal (ESB) e 405 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que atuam em 32 Centros de Saúde da Família. Somam-se a esta estrutura alguns outros programas do Ministério da Saúde que dão suporte à Estratégia Saúde da Família (CSF), tais como: Programa Melhor em Casa, que funciona diariamente nos domicílios dos pacientes restritos ao leito, em internamento domiciliar e também em crianças do Programa de Assistência Ventilatória Domiciliar (PAVD), e os sete Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) composta por 42 profissionais, sendo cinco educadores físicos, 14 fisioterapeutas, seis terapeutas ocupacionais, três psicólogos, sete assistentes sociais, um farmacêutico e também seis nutricionistas.
Outras três novidades na atenção básica estão sendo a realização de exames de ultrassonografias por meio de três aparelhos de ultrassonografia itinerantes, onde três médicos contratados pela gestão realizam mensalmente aproximadamente 360 consultas, tanto na sede quanto nos distritos; a assistência domiciliar de Odontologia (restaurações e remoção da dor de dente) àqueles que estejam acamados ou em condição de vulnerabilidade e que não possam se deslocar até o Centro de Saúde da Família a partir de fevereiro deste ano, e a oferta dos serviços de Fisioterapia nos distritos de Taperuaba, Aracatiaçu, Jaibaras e Rafael Arruda, evitando, desta forma, o deslocamento dos moradores destas reuniões e distritos vizinhos para a sede de Sobral.
Ela explica que, nos bairros mais populosos, há a ampliação do número de equipes. "No Centro de Saúde do bairro da Coelce, por exemplo, são quatro equipes trabalhando". As equipes são formadas por médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; auxiliar ou técnico de Enfermagem; e agentes comunitários de saúde. Podendo ter ainda profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e técnico em Saúde Bucal.
Elogio
No Centro de Saúde da Família da Cohab 3, o aposentado Jorge Prado elogiou o atendimento. Antes, tinha que se locomover para o bairro Terrenos Novos ou Junco a fim de receber atendimento. "Já tenho 75 anos, tinha que ficar pegando transporte público, parando longe de casa e caminhar uma parte do caminho, agora venho andando e é pertinho, e sempre sou bem atendido", afirma ele.
No fim dessa etapa, Sobral espera ter, além dos 12 novos postos de Saúde, duas Academias da Saúde e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPAs), num investimento de mais de R$ 8 milhões da Prefeitura e do Governo Federal. Além da construção dos novos postos, estão sendo ampliadas seis unidades já existentes: Pedrinhas, Terrenos Novos, Padre Palhano, Vila União, e dos distritos de Caracará e Rafael Arruda.
Realização de exame é maior desafio
Iguatu/Juazeiro do Norte/Canindé. Desde a chegada de médicos cubanos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) houve melhoria no atendimento básico para os moradores da área urbana e da zona rural nas cidades de Iguatu, Acopiara e Cedro, na região Centro-Sul do Ceará. Mesmo assim, há reclamações em algumas unidades de Iguatu sobre a demora na realização de exames e a falta de material odontológico. Outra queixa da população é a dificuldade para atendimento especializado.
A instalação da Policlínica Regional reduziu a demanda reprimida por exames de imagens e outros complementares de diagnóstico de Saúde. A secretária de Saúde do município, Vander-lúcia Felipe Lobo, disse que, a partir do programa Mais Médicos, cerca de 90% dos problemas foram resolvidos. "Todos os dias temos médicos nos postos", frisou. Sobre a demanda de exames esclareceu vai reestruturar o sistema de regulação e definir uma cota para cada unidade de Saúde. Na cidade de Icó, o aposentado, Francisco Custódio, disse que há quatro meses espera por um exame de tomografia. Ele se queixa de dores lombares. "Estou sentindo dores nas costas que descem para as pernas", contou. A dona de casa, Maria Gomes, disse que aguarda há três meses por um exame de colonoscopia que deve ser encaminhado pelo município de Iguatu.
Juazeiro do Norte também apresenta deficiências no setor da atenção básica de saúde. Na maioria dos postos de atendimento, populares reclamam da falta de medicamentos e da ausência de profissionais médicos durante os horários de plantões. Na Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) do bairro Limoeiro, por exemplo, as filas de atendimento são crescentes e demoradas. O local, construído para desafogar o sistema de atendimento básico no município, não consegue suprir a demanda e as reclamações acontecem com frequência. Já em Canindé, segundo a coordenadora do Programa, Rosângela Rodrigues, existem 18 equipes de atenção básica, sendo que 12 atuam na sede e oito se concentram na zona rural, com um médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agente administrativo, auxiliar de serviços, agente comunitário, dentista e ajudante de saúde bucal.
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