FOTO: RAUL VASCONCELOS |
O fóssil do Ubirajara jubatus, contrabandeado nos anos 1990 do Brasil para depois surgir em acervo alemão, finalmente está em terras brasileiras. Ele chegou no domingo, 4 de junho de 2023, junto com uma comitiva alemã, após mais de dois anos de luta dos paleontólogos brasileiros para a repatriação do material. Ele passou por uma vistoria por representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), da Embaixada da Alemanha no Brasil e da Universidade Regional do Cariri (Urca).
Representando a Urca estava Allysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPPCN). "Isso simboliza uma nova fase no jeito de fazer ciência com respeito às legislações nacionais e aos direitos das sociedades”, afirmou durante o recebimento do holótipo.
A cerimônia de recebimento oficial do Ubirajara será no dia 12 de junho, no MCTI. A data foi possível após dias de organização de agendas entre a comitiva da Alemanha e os representantes do Brasil, que aproveitaram a vinda diplomática para repatriar o fóssil. A data para chegada ao Cariri, onde o fóssil repatriado integrará oficialmente o acervo do MPPCN, ainda será marcada.
Na vistoria, os representantes conferiram se o fóssil repatriado estava bem tratado. Foram recebidas duas placas de pedra Cariri na qual ficaram impressas o dinossauro do tamanho de uma galinha e revestido por supostas penas.
A primeira placa pesa cerca de 11,5 quilos (kg) e mede 47 cm x 46 cm x 4 cm. Já a segunda pesa 8 kg, com dimensões de 47 cm x 46 cm x 3 cm.
Veja fotos do recebimento e do fóssil:
A reportagem acompanha a luta por repatriação de fósseis cearenses e contra o tráfico. O fóssil do Ubirajara jubatus foi traficado no Brasil nos anos 1990, findando no acervo do Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, na Alemanha. As datas de chegada do fóssil do país europeu variam, mas a Alemanha defendeu à revista científica Science de que o material teria chegado no país em 2006 e adquirido pelo SMNK em 2009. Na Alemanha encontram-se diversos fósseis caririenses com origem ilegal, entre eles o Irritator challengeri, novo foco de pedidos de repatriação.
Fonte: O Povo
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