Um novo estudo de pesquisadores australianos mostrou que condições climáticas desfavoráveis para a produção de café têm se tornado mais frequentes, o que pode impactar negativamente a produção e elevar os preços do produto. Em sua análise, a pesquisa analisou dados de umidade do ar, chuva e temperatura nos 12 maiores produtores de café nos últimos 40 anos.
Os resultados, publicados no periódico científico PLOS Climate, mostram que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, vêm aumentando no período analisado. Além disso, cinco dos seis anos com as piores condições para o cultivo de café aconteceram na entre 2010 e 2020.
A temperatura ideal para as duas principais variedades de café, o Arábica e o Robusta, está entre 18 e 22 ºC e 22 e 28 ºC, respectivamente. O que antes era motivo de preocupação pela possibilidade de temperaturas muito baixas, agora é oposto graças às mudanças climáticas, como afirma o principal responsável pelo estudo, o pesquisador Doug Richardson.
Entre os países analisados durante o estudo, estiveram Brasil, Peru e México nas Américas, Etiópia e Uganda na África e Indonésia e Vietnã na Ásia. Cerca de 90% da produção de café mundial é proveniente do grupo dos 12 maiores produtores, do qual todos estes fazem parte.
A relação da produção de café com as mudanças climáticas já havia sido assunto de pesquisas anteriores, que encontraram que a área produtiva apta para este cultivo poderia cair pela metade até 2050.
Embora isso seja motivo de preocupação global, o novo estudo aponta que o sudeste brasileiro está entre as áreas que devem ser as menos suscetíveis aos extremos climáticos.
Fonte: Canaltech
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