FOTOS: Edigleison Leite |
De longe parece uma piscina natural, com água azul-turquesa cercada por paredões rochosos. O buraco azul lembra o fenômeno encontrado em lagoas de Jericoacoara, mas fica na zona rural de Juazeiro do Norte, no sítio Pau Seco.
É um terreno que foi explorado por uma empresa de mineração para extração de britas, um tipo de pedra. A licença terminou no ano passado. O imóvel é particular, tem um portão (que já foi danificado): faz parte de um espólio com 8 herdeiros.
O buraco azul virou espontaneamente um ponto turístico. Tem atraído pessoas que vão tirar foto, fazer piquenique, beber e nadar corajosamente, encantados com a novidade e com adrenalina da aventura.
“A área precisa ser isolada. E as pessoas não devem entrar na água sem saber a profundidade”, afirma Norberto Santos, que é relações públicas do Corpo de Bombeiros em Juazeiro do Norte.
Morador da comunidade, o motorista Daniel Santos disse que a movimentação cresceu desde a semana passada.
“Ouvi falar que estariam organizando até excursões. A profundidade é um risco! Tem de 7 a 8 metros. E também existe o risco de pedras caírem”, afirmou.
Ontem mesmo, segundo testemunhas, uma porção do paredão caiu dentro d’água. Por sorte, ninguém foi atingido. A mineradora usava explosivos. É possível ver fendas entre as rochas acima do buraco azul.
Por que a água é azul
Donos do local autorizaram que esta semana professores da Faculdade de Tecnologia do Cariri (Fatec) visitem o local. Eles vão fazer testes na água do buraco, o que deve explicar a coloração e a qualidade. Por se tratar de um local explorado por mineradora, pode haver componentes químicos prejudiciais à saúde.
Interdição
A Prefeitura de Juazeiro do Norte interditou, nesta quinta-feira (16), o lago que tem atraído a atenção de diversas pessoas pela coloração da água.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o lago que se formou com as águas das chuvas é inapropriado para banho. “Altamente tóxica, produtos químicos das dinamites que explodiam essas pedreiras. Não venham para cá porque é altamente perigoso”, alertou o diretor do Demutran, Ednaldo Moura.
A interdição do local envolve órgãos como o próprio Demutran, além da Secretaria de Segurança Pública, Autarquia Municipal de Meio Ambiente (Amaju) e Polícia Militar.
Fontes: Diário do Nordeste e Jornal do Cariri
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