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A polícia suspeita que devido ao número de rastreadores
apreendidos,
pelo menos 10 pessoas estejam envolvidas
na fraude. (Foto: Paulo Henrique
Rodrigues)
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Duas
pessoas foram presas, na manhã desta quarta-feira (5), em uma operação
deflagrada pela Polícia Federal (PF) por fraude
no programa Operação Carro-Pipa. A PF organizou a ação na rodovia CE-187, no Município de Salitre.
A ofensiva foi desencadeada às 8h quando dois caminhões do programa de
abastecimento de água foram parados portando rastreadores de outros
carros-pipa.
Os
agentes descobriram que dois carros-pipas portavam mais de um rastreador. Um
dos caminhões estava com oito equipamentos que medem a
quilometragem, quando apenas um era regular. O outro tinha dois
equipamentos. Foram apreendidos ao todo, 10 rastreadores. A Delegacia da
Polícia Federal de Juazeiro do Norte, responsável pelo caso, suspeita que,
pelo menos, 10
pessoas estejam envolvidas na fraude, devido ao número de
rastreadores apreendidos.
Segundo
o delegado do caso, Ricardo Matias, foi a própria população que denunciou
o caso à polícia, reclamando
da qualidade da água que estava sendo distribuída. “A
Polícia montou uma barreira porque já conhece como é a fraude e apreendeu dois
suspeitos”, explicou. “Os homens foram presos em flagrante,
mas provavelmente serão liberados por não terem antecedentes
criminais. Eles devem responder por estelionato e formação de
quadrilha. Os autos do processo serão encaminhados para o Exército
Brasileiro, órgão que fiscaliza o programa. Eles é
que podem mensurar o valor do prejuízo e há
quanto tempo acontece essa fraude", conclui.
Entenda
a fraude
A
fraude já é conhecida, como aponta o delegado Ricardo Matias, que recebeu
o caso. Ela consiste em utilizar
mais de um GPS por veículo com a intenção de economizar combustível.
Os pipeiros, como são chamados os motoristas que dirigem estes caminhões,
levavam vários aparelhos de GPS em cada viagem, ludibriando o sistema de
monitoramento, uma vez que o pagamento se dá pela quilometragem
rodada.
A
ação consiste em não realizar o deslocamento para buscar água em um manancial credenciado pelo Exército
Brasileiro. Um caminhão pipa acabar por levar vários
rastreadores e depois passa o cartão como se tivesse pego água naquele
manancial cadastrado. Os pipeiros quando retornavam à
cidade retiravam os
rastreadores do caminhão e colocavam nos
outros que iam buscar água em mananciais não autorizados, que
ficam próximos aos locais de distribuição.
“Ocorre
que esses mananciais que não são fiscalizados provavelmente têm uma água
contaminada que é distribuída para a população, ludibriando o programa”,
pontua o delegado, que finaliza: “talvez a gravidade seja maior por
ser uma água
oferecida para a população, por estarem tirando água de
mananciais não credenciados e não fiscalizados, ou
seja, essa água não tem qualidade, talvez
esteja contaminada e estava indo para pessoas carentes
que não têm condição de tratar a água”. Diário do Nordeste
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