
Desde
1991, a Copa do Mundo das mulheres futebolistas é realizada. Entretanto, a
edição deste ano tem um diferencial importante: a visibilidade. O torneio em
solo francês chega com perspectiva de ser o maior de todos os tempos na
categoria. Nunca na história do futebol feminino houve uma cobertura
jornalística tão expressiva. Com isso, o interesse pelo esporte vem aumentando
e a venda de ingressos promete bater recorde.
Conforme
pesquisa encomendada pelo instituto Nielsen, o interesse pelas disputas
femininas aumentou nos últimos anos. Segundo os dados, 43% dos amantes de
futebol entrevistados também gostam de jogos entre mulheres. O percentual
representa base de fãs em potencial de cerca de 105 milhões de pessoas.
A
Copa do Mundo na França já chega com expectativa de recordes. Em abril, de
acordo com a Fifa, o Mundial já havia vendido 720 mil ingressos — quantia
superior à das vendas para a mesma fase da edição 2015, no Canadá.
É
esperado ainda recorde na transmissão de jogos. A projeção é que, ao todo, 1
bilhão de pessoas assistam aos duelos do Mundial. A Copa anterior bateu a marca
de 750 milhões de espectadores.
“Nesta
Copa teremos a explosão do futebol feminino”, ressaltou o reeleito presidente
da Fifa, o suíço Gianni Infantino.
No
Brasil, Globo e Band irão transmitir os jogos do Brasil e prometem ampla
cobertura na TV aberta.
O
cenário positivo traz a esperança de que a Copa na França possa resultar em
mudanças significativas para a categoria, que ainda engatinha em busca de
crescimento e visibilidade no comparativo com as disputas masculinas. As
jornalistas Karine Nascimento e Allana Alves acreditam que o Mundial de 2019
pode ser um marco para o esporte.
“Se
a gente olhar para o Brasil, tem que pensar no futuro dessa Copa para além das
quatro linhas. É o maior fruto dessa Copa, o respeito e o incentivo”, afirma
Karine, que é comentarista da Federação Cearense de Futebol (FCF) e comemora a
presença de mulheres na cobertura.
Para
Karine, a divulgação do Mundial pode construir nova relação do público com a
modalidade e diminuir o preconceito. “A medida que reforça ao máximo que
esporte é local para as mulheres, aumenta a conscientização. De 1941 a 1979, o
futebol feminino era proibido por lei. É muito importante que esteja
acontecendo essa visibilidade”.
Coordenadora
de Comunicação do Fortaleza Esporte Clube, Allana destaca o fato de a seleção
brasileira masculina não estar vivendo sua melhor fase, abrindo espaço para as
mulheres em meio à disputa de uma Copa do Mundo. “Chega como atração a mais
para se acompanhar. A transmissão de todos os jogos deu outra pegada. Os
veículos vão promover ainda mais. Tudo isso faz diferença”, comenta.
Goleira
do Ceará, Lohana Oliveira, 18, diz ser uma “felicidade muito grande” vivenciar
o momento atual do futebol feminino. “Devido à visibilidade que o esporte está
tendo, as oportunidades estão se abrindo cada vez mais. Isso motiva. As
mulheres não tinham esse espaço que está tendo hoje”, comemora. O Alvinegro tem
equipe profissional de atletas mulheres e disputa hoje a Série A2 do
Brasileiro.
Convocadas
Goleiras: Aline,
Bárbara e Letícia.
Defensoras: Camila,
Érika, Kathellen, Letícia, Mônica, Poliana, Tamires, e Tayla.
Meio-campistas: Luana,
Andressinha, Formiga e Thaisa.
Atacantes: Andressa
Alves, Bia Zaneratto, Cristiane, Debinha, Geyse, Ludmila, Marta e Raquel O Povo
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