
A
unidade tem, inclusive, atraído produtores que ficam admirados com o
desenvolvimento do plantio que necessita de pouca água.
A
iniciativa do núcleo é do médico e produtor rural Joary Lacerda, de 83 anos. No
sítio Alves, uma área total de 60 hectares, adquirido em 1976, ele iniciou o
desenvolvimento de um projeto agroflorestal de preservação da natureza e de
cultivo de plantas nativas e espécies nobres. "Isso aqui era só cascalho,
muito desmatado, ruim, mas fui cultivando mata nativa do Semiárido, preservando
e hoje está essa beleza", descreve.
Há
quatro anos, Lacerda iniciou o plantio de mogno africano das variedades
senegalense e ivorense, e de cedro. Em uma área de 2,5 hectares, cultivou 100
mudas. "Os resultados foram muito favoráveis, as árvores se desenvolveram
rapidamente", disse. "Em seguida, plantei mais e vou continuar até
quando puder". Atualmente, já são cerca de 800 árvores.
O
plantio é adensado e as árvores são cultivadas em distância quadricular de
quatro metros. Segundo o produtor, exige pouca água e a irrigação pode ser
feita por gotejamento. Ademais, a área fica às margens do Rio Salgado, que
assegura fonte de água para a unidade agroflorestal ao longo do ano. Todos
esses fatores contribuem para o desenvolvimento do mogno. Com apenas quatro
anos de cultivo, há árvores com quatro metros de altura e 30 cm de diâmetro. Na
fase adulta, podem chegar a 60 metros de altura.
No
projeto agroflorestal que está em andamento no sítio Alves, há ainda criação de
bovinos para leite e corte e de aves, como ganso, peru e galinha caipira.
"Respeitando a natureza", Lacerda conseguiu criar um ambiente verde,
de arborização densa e com preservação ambiental marcante. "Aqui, não se
desmata, não se queima, não se caça, e a matéria orgânica fica no solo",
explicou Joary Lacerda. "Sempre gostei do campo e isso me motivou a
implantar essa unidade agroflorestal".
Poupança
Verde
Após
dez anos do início da plantação, já é viável economicamente fazer o corte e
venda da madeira nobre. "Isso aqui é uma poupança verde e cada árvore, na
cotação atual, renderia mil reais", pontuou. Aos 83 anos de idade,
indagado se tem esperança de ver a venda dos primeiros lotes, responde com
largo sorriso no rosto. "Se não der para mim, vai dar para meus filhos e
netos". Diário do Nordeste
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