
Estiveram presentes os
deputados federais Heitor Freire (PSL), Capitão Wagner(Pros), Roberto Pessoa
(PSDB), Moses Rodrigues (MDB) e o senador Luis Eduardo Girão (Pros).
O coordenador da bancada
cearense, deputado Domingos Neto (PSD), e outros parlamentares de partidos mais
alinhados ao governo faltaram ao encontro.
Dias antes da reunião, porém,
nem todos os parlamentares cearenses sabiam o que seria tratado. Eduardo
Bismarck (PDT), por exemplo, reclama da falta de comunicação.
"Mandaram um e-mail para o
nosso gabinete, uma coisa impessoal. Uma reunião com 150 pessoas? Se quisesse
unir e pedir apoio da gente para alguma coisa, chamaria eventualmente as
bancadas por estado ou por partido. A impressão que fiquei é que era para ficar
batendo palma para o presidente".
Embora seja do PDT, partido que
faz oposição ao Governo Bolsonaro, Bismarck diz que a bancada "está querendo
ajudar o País", mas que o presidente não tem facilitado a relação.
Já José Guimarães (PT) disse
que o partido decidiu 'boicotar' a
reunião. O parlamentar critica a ausência
de programas e projetos para o Nordeste diante do
"arrouxo fiscal" implementado pelo governo.
"Ir conversar com o
presidente se o Nordeste está parado, não tem investimento, as obras paradas. O
Nordeste está sendo tratado, lamentavelmente, com pão e água. O Nordeste ativo,
protagonista do passado, virou o de 'pires na mão' em Brasília".
Estratégia
No convite enviado pelo Palácio
do Planalto ao coordenador da bancada do Nordeste na Câmara, deputado Júlio
César (PSD-PI), o Governo Federal expôs os pontos que seriam discutidos com os
parlamentares. Primeiro a reforma
da Previdência, depois a reestruturação da Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene),
do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e a
Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).
Além disso, estava na pauta a
conclusão de obras como a Transposição
do Rio São Francisco, a renegociação de débitos dos agricultores e
"outros assuntos de interesse da Região".
Apesar do governo estar em
campanha para conquistar votos para aprovação da reforma da Previdência, a
líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP),
destacou que o encontro foi um passo para a aproximação do governo com o
Nordeste.
"Ouvimos sobre a demanda
da região. Há um consenso de que não se resolve o problema do Brasil sem
resolver o problema do Nordeste. A principal demanda foi infraestrutura
como conclusão de estradas, geração de emprego e água nas regiões de Sertão. O
presidente deixou claro que está voltado para as demandas do Nordeste. O
presidente não tratou de reforma da Previdência", negou.
A deputada confirmou a viagem
do presidente para o Nordeste na próxima sexta-feira (24), a primeira dele para
a Região depois de eleito. Jair Bolsonaro cumprirá agendas em Pernambuco e fará
o lançamento do Plano
de Desenvolvimento da Região.
Presentes
Moses Rodrigues (MDB), por
outro lado, considerou a reunião
proveitosa. Um dos potenciais aliados do Governo Bolsonaro na
bancada cearense, o emedebista disse que o encontro foi importante para alertar
o governo sobre pontos prioritários para a Região.
"Alguns estados, como o
Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte pediram para que a Codevasf (Companhia
de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) tivesse mais
atuação nesses estados. Pedimos para que o Governo Federal possa priorizar a
Ferrovia Transnordestina, a Transposição do São Francisco e foi tratado também
sobre a questão do incentivo à pesca", listou.
Segundo Capitão Wagner (Pros),
o Governo Federal deve lançar um pacote
de ações dos diversos ministérios voltadas paro Nordeste.
"Foram apresentadas várias
demandas, a questão do BNB, a questão do DNOCS, a questão da Transposição do
Rio São Francisco. Está programada essa agenda paro o Nordeste e acho que, a
partir dessa visita que ele vai fazer, a intenção é lançar um pacote de ações
dos diversos ministéros voltadas pro Nordeste.
O coordenador da bancada do
Nordeste na Câmara, Julio Cesar, disse que o presidente ouviu atentamente
aos deputados sobre a proposta de revisão
do Pacto Federativo.
"Nós queremos que seja
dividido como era no passado, quando o IPI, IR representavam 51% e hoje
representam um pouco mais de um terço das receitas da União. E nós queremos
fazer essa revisão compartilhando, como o próprio presidente que tem
compromisso de campanha de fazer a revisão do pacto."
Ainda segundo Julio, na próxima
semana será marcada uma reunião com o ministro da economia, Paulo Guedes, para
discutir detalhes do novo modelo de pacto federativo. Diário
do Nordeste
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