sábado, 18 de maio de 2019

Dois caririenses estão em processo para virarem santos no Vaticano


(FOTO: GUSTAVO PELLIZZON)
A notícia do reconhecimento de um segundo milagre atribuído à baiana Irmã Dulce e sua futura proclamação como santa animou os fiéis caririenses. Isso porque há dois processos de beatificação de pessoas nascidas na região em curso.

O processo mais avançado é o da jovem Benigna Cardoso da Silva, de Santana do Cariri, que teve sua causa aprovada na Comissão dos Teólogos da Congregação para as Causas dos Santos, em Roma, em outubro do ano passado.

“Heroína da castidade”, como é aclamada, Benigna foi brutalmente assassinada aos 13 anos, em 1941, a golpes de faca por um adolescente que a assediava, depois que recusou ter relações sexuais com ele. Para a população, “ela deu a vida para não cometer pecado”.

A diocese de Crato abriu o processo para sua beatificação em 2011. Dois anos depois, ele foi aceito, e a jovem foi nomeada “serva de Deus” pela Igreja Católica, em 2013.

“É claro que a expectativa é grande. Agora, depende do calendário da Congregação. Evidentemente que deve obedecer a todo um protocolo, mas penso que não haverá muita dificuldade, pois é um caso de martírio. Esperamos que aconteça logo. Agora, só depende de Roma”, explica o bispo Dom Gilberto Pastana.

No caso de Benigna, o Vaticano analisou depoimentos de pessoas que viveram entre as décadas de 1940 a 1980, relatando graças alcançadas e sobre a consciência popular do martírio da menina. Agora, resta aos bispos discutirem sua beatificação. O resultado deve sair em até um ano. Mas, pelo menos em Santana do Cariri, ela já é aclamada como santa pelos fiéis. Todo ano ocorre a romaria em homenagem à santa popular, realizada dia 24 de outubro, data em que foi morta, e reúne cerca de 30 mil pessoas.

“Essas notícias nos empolgam a saber que, em breve, teremos Benigna como a primeira beata do estado do Ceará. Se obtiver parecer favorável, isso nos anima bastante”, afirma o pesquisador Ypsilon Félix, morador de Santana do Cariri.

Padre Cícero
Apesar de ser devotado por milhares de pessoas e ser considerado santo popular pelos fiéis, ainda não foi iniciado um processo de beatificação de padre Cícero. Ele havia sido excomungado pela Igreja Católica antes de morrer.

Padre Cícero morreu sem conciliação com a igreja católico após o caso conhecido como “milagre da hóstia”, no final do século XX. Segundo a crença popular, a hóstia dada por padre Cícero virou sangue na boca da Beata Maria de Araújo. Segundo o bispo dom Joaquim, o “santo popular”, interpretou de forma equivocada a teologia e Bíblia. Por conta dos “equívocos”, ele foi afastado da igreja católica, afirma o bispo.

Desde 2015, ocorre o processo de reconciliação de padre Cícero Romão Batista com a Igreja Católica, o que alimenta a esperança dos fiéis de vê-lo um dia santo canônico.    G1

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