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(FOTO: VIVIANE PINHEIRO)
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Está
em andamento no Instituto Federal de Educação (IFCE), campus Cajazeiras, em
Iguatu, o projeto Asa Branca, que tem por objetivo estudar a ave ícone da
resistência do nordestino à seca. O estudo é inédito. Em um viveiro, sob
autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), 20 aves (11 machos e nove fêmeas) são estudadas nos parâmetros
hematológicos, bioquímicos e hormonais.
O
desafio de realizar a pesquisa é do professor do IFCE, médico veterinário
Marcone Sampaio de Oliveira. "Fui motivado por um desafio para uma tese de
mestrado na Universidade Estadual do Ceará (Uece)", contou. Outro estímulo
ao pesquisador veio do aspecto cultural: a música 'Asa Branca' é de autoria do
compositor iguatuense Humberto Teixeira, parceiro de Luiz Gonzaga. Segundo
observações de Marcone Sampaio, a ave vem sofrendo influências das ações
antrópicas com consequências até agora desconhecidas, uma evidência de mudança
comportamental do animal que se dá pela presença cada vez maior dessa espécie em
áreas urbanas devido à perda constante da cobertura de áreas vegetais, no
sertão.
"A
ave ainda não corre risco de extinção, mas avalio que devemos estudar o
comportamento dos animais nativos, desenvolver tecnologias e outros mecanismos,
antes dessa possibilidade", argumentou.
O
estudo é desenvolvido em viveiro apropriado construído dentro das normas
estabelecidas pelo Ibama e com autorização do ICMBio, sob a supervisão do
professor Sampaio, que conta com três alunos bolsistas do IFCE.
Padrão
As
aves foram apreendidas em Iguatu e de Quixelô. O professor explica que, através
de punção venosa, é coletado o sangue. "O objetivo é estabelecer o padrão
hematológico, bioquímico e de hormônios reprodutivos da espécie já que esses
dados não constam nos mecanismos de busca na literatura mundial".
Marcone
espera que uma vez estabelecido esse padrão, possa servir de apoio a futuras
pesquisas na área e permitir, também, subsidiar veterinários a analisar
hemograma em casos de possíveis doenças.
O
próximo passo serão estudos sobre a reprodução das aves através da coleta de
sêmen que será diluído e conservado em criogenia para contribuição aos bancos
de germoplasma. Também se espera desenvolver técnicas de inseminação artificial
assim como é feito no capote (Numida meleagris). São ideias a serem
desenvolvidas mediante a ausência de pesquisas e da falta de recursos para o
desenvolvimento de ciência e tecnologia.
O
professor tem autorização de permanência das aves em viveiro até agosto deste
ano, mas pode ser renovada por mais 12 meses.
O
projeto "Asa Branca", desenvolvido no IFCE de Iguatu, tem por
objetivo estudar o comportamento da espécie símbolo da resistência nordestina e
estabelecer o padrão hematológico, bioquímico e de hormônios reprodutivos da
ave. Diário do Nordeste

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