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(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Pauta
antiga de entidades da área de direitos humanos, a informação sobre o número de
pessoas em situação de rua no país deve continuar desconhecida após o Censo
2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o
instituto, o assunto é estudado pela equipe técnica, porém ainda sem previsão
de inclusão no levantamento.
“Nossas
pesquisas consideram apenas domicílios permanentes, e identificar pessoas em
situação de rua exige um grande esforço de mobilização, em particular em países
com grandes territórios, como o Brasil”, informa o IBGE.
De
fevereiro a abril deste ano, o instituto abriu pela primeira vez uma consulta
pública para que pessoas e instituições apresentassem sugestões de temas e
perguntas para o questionário do Censo Demográfico 2020 por meio do Portal do IBGE.
A
necessidade da contagem do número de pessoas que se encontram atualmente nessa
condição é uma reivindicação principalmente de instituições e movimentos
ligados ao tema, mobilizados em nível nacional. “A população em situação de rua
tem pressa, tem uma urgência histórica de ser visibilizada nessa pesquisa”,
ressalta Manuel Torquato, representante da Campanha Nacional Criança Não é da
Rua, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
Em
maio, o IBGE começou o primeiro teste de coleta de dados para o Censo 2020
pela internet em 52 municípios das cinco grandes regiões, incluindo domicílios
de todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes.
Entre
20 de agosto e 6 de setembro foi realizada a primeira prova piloto do questionário temático do Censo 2020,
com perguntas específicas para indígenas, quilombolas e outros povos e
comunidades tradicionais. O censo pretende refinar a identificação de povos
indígenas e incluir as comunidades quilombolas por meio de uma questão de
pertencimento específica, em conformidade com o Decreto nº 8.750 de 2016, que
institui o Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais.
A
inclusão da população em situação de rua no Censo 2020 já havia sido solicitada
pelo Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política
Nacional para a População em Situação de Rua (Ciamp-Rua), instituído em
conjunto com a Política Nacional em Situação de Rua pelo Decreto nº 7.053 de
2009.
"Depois
de muita dificuldade, o IBGE vai incorporar agora povos e comunidades
tradicionais, já incorporou populações indígenas e quilombolas, agora é preciso
avançar na identificação dessa população invisibilizada pela nossa sociedade. É
muito importante que o IBGE como órgão oficial de pesquisa faça essa
investigação, porque trabalha com categorias próprias, é uma política pública
importante, é preciso conhecer para poder atuar", destaca a procuradora
federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat. Agência Brasil

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