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| (Foto: José Leomar) |
Com
o impacto negativo da greve dos caminhoneiros um pouco mais duradouro que o
esperado e a incerteza política que provoca certa retenção dos investimentos, a
previsão de crescimento da atividade econômica do Ceará para 2018 foi mais uma
vez revisada. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do
Ceará (Ipece), o Produto Interno Bruto do Estado deve avançar 1,6% - um ponto
percentual abaixo do dado de 2,6% divulgado em junho deste ano.
A
alta de 2,6% também foi uma revisão em relação ao crescimento de 3,5% projetado
no início do ano. O avanço de 1,6% esperado pelo Ipece está um pouco acima da
expectativa de 1,44% para o PIB do Brasil divulgada na segunda-feira (3) no
Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central. A revisão do PIB no Ceará
reflete o leve crescimento de 0,17% no segundo trimestre deste ano ante igual
período de 2017 e queda de 0,28% na comparação com o trimestre imediatamente
anterior, números bem aquém do esperado pelos especialistas do Instituto. No
acumulado do semestre ante os primeiros seis meses de 2017, a atividade
econômica do Estado acumula alta de 0,83%.
Já
no acumulado dos últimos quatro trimestres (dois primeiros trimestres de 2018 e
dois últimos de 2017) na comparação com os quatro trimestres imediatamente
anteriores, o Ceará cresceu 2,18%, de acordo com o Ipece, com forte influência
dos melhores resultados dos últimos dois trimestres do ano passado.
O
analista de Políticas Públicas do Ipece, Nicolino Trompieri, frisa que o
crescimento no segundo trimestre de 2018 ficou um pouco inferior ao observado
no primeiro trimestre. "A principal razão desse impacto negativo é
realmente a greve dos caminhoneiros, que afetou principalmente a nossa
indústria", explica o especialista.
Os
números, entretanto, poderiam ter sido ainda piores caso o setor de serviços,
que tem participação de quase 76% na composição do PIB do Estado, não tivesse
apresentado crescimento de 1,69% no segundo trimestre deste ano ante igual
período de 2017. O setor foi impulsionado, sobretudo, pela evolução do
comércio, com incremento de 7,05% nessa mesma base de comparação.
Para
o analista do Ipece Alexsandre Cavalcante, o salto se deve a uma recuperação
significativa das vendas. "Nós sabemos que o endividamento das famílias
segue em patamares elevados e que ainda há uma incerteza por conta do cenário
econômico e político, mas o emprego nesse setor mostra recuperação. Em julho, o
Ceará apresentou a 5ª maior geração de emprego do País e foi o melhor do Norte
e Nordeste", detalha. "Em 2018, a gente sentiu uma recuperação mais
firme dentro das vendas, e a gente teve crescimento tanto no primeiro trimestre
como no segundo, o que ajudou bastante no resultado do setor de serviços",
reforça. Diário do Nordeste

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