sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Extinção do Ibram e criação da Abram ganham repercussão na museologia caririense


A extinção do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e a criação da Abram (Agencia Brasileira de Museus) através de duas medidas provisórias, tem ganhado repercussão em todo o país inclusive entre os museólogos da Região do Cariri.

“Não sei se vai ter um reflexo aqui pra região já que a gente conta pouco com dinheiro federal para os nossos museus . Mas de uma maneira geral, eu digo que a nível nacional muda”, pontuou apreensivo o professor, com doutorado em oceanografia,  Álamo Feitosa, da Urca (Universidade Regional do Cariri).

Ele afirma não enxergar positividade nessa mudança, mas faz uma ressalva. “De alguma forma estou torcendo que essas transformações agora de forma conjuntural, de forma circunstancial ajudem a resolver. Mas eu acredito que nenhuma posição, uma tomada de decisão feita no calor da emoção, eu não acredito que seja uma coisa positiva”.

Nenhum dos 27 museus que serão transferidos do Ibram para a Abram estão situados no Estado do Ceará, mesmo assim representantes da museologia caririense acompanham com preocupação a criação da Abram. Veja a lista no neste link.

A professora e mestra em História Social,  Cristina Holanda, presidente da Fundação Memorial Padre Cícero participou da elaboração do Ibram.

De acordo com Cristina, a criação da Abram vai na contramão do que é trabalhado como política pública. “É uma medida provisória tomada de cima para baixo, sem consulta nenhuma ao setor museológico brasileiro. Criam uma agência privada pra cuidar de interesses que são públicos e cuidar de museus públicos.

Entenda a questão
O Presidente Michel Temer assinou no último dia 10, duas Medidas Provisórias. A primeira, cria a Agencia Brasileira de Museus (Abram) que passará a administrar os 27 museus que até então estavam sob a responsabilidade do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus).

A segunda, estabelece o marco regulatório para captação de recursos privados, com a criação de Fundos Patrimoniais.

Na prática ,o Ibram será dividido entre a Secretaria de Museus e Acervos Museológicos (que ainda será criada pelo Ministério da Cultura) responsável por estabelecer as diretrizes e políticas públicas, e a Abram  será responsável por executá-las.

Repúdio
O setor museológico brasileiro tem se articulado contra as MPs 850 e 851, emitindo notas de repúdio, e recentemente, criou nas redes sociais um movimento chamado Museus na luta.    Site Miséria

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