Bandeira aperfeiçoou o dom pelas misturas desde pequeno, na fundição do pai. Vendo derreter ferro ou bronze, aprendeu a mesclar emoções, fazendo daquelas peças corpos, almas, paisagens diversas. Junto com Aldemir Martins, Inimá de Paula e outros artistas, impulsionou o Movimento Modernista de Fortaleza nos anos 40, além de ter sido um dos fundadores do Museu de Artes da UFC.
Pelos corredores da galeria, as pessoas que prestigiaram a mostra observavam com olhares curiosos as obras. Cada uma com sua peculiaridade, cujo significado é variável de acordo com a interpretação de cada um.
Essa arte do abstrato chamou a atenção do secretário da Cultura, Fabiano dos Santos Piúba, há muitos anos, estimulando novos projetos. "Com essa mostra, a gente dá voz de novo à obra do Antônio Bandeira. O primeiro contato que tive com ela foi na Universidade Federal do Ceará, onde sentamos no chão e ficamos lá contemplando. Escrevi um livro pra crianças chamado 'As Cores de Bandeira'. Em cada ponto de sua obra, vemos as explosões e cadinhos de Fortaleza. A iniciativa é um patrimônio, que é a obra de Bandeira, dentro de outro patrimônio cultural, que é o Palácio da Abolição", disse.
A mostra reúne cerca de 100 obras de Antônio Bandeira que vieram dos Estados Unidos, da França, e do Rio de Janeiro e São Paulo. Dentre elas, peças pertencentes a colecionadores cearenses que despontam como diferencial da exposição. Óleos sobre tela, guaches, aquarelas e objetos pessoais do cearense, reunidos pelos familiares do ateliê do artista em Paris, onde ele faleceu com apenas 45 anos, vítima de uma parada cardíaca.
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