sábado, 12 de novembro de 2016

Situação é grave nos Sertões de Crateús

Iguatu. A Bacia dos Sertões de Crateús atualmente acumula 1,88% de seu volume médio. De dez reservatórios, quatro já secaram: Cupim e Barra Velha, que abasteciam Independência; Carnaubal e Batalhão, para Crateús. Desde 2010, a região vem sofrendo com escassez de água e o colapso até agora foi evitado por causa da Adutora de Montagem Rápida (AMR) que transfere água do Açude Araras, em Varjota, distante 156Km, para atender a demanda das cidades de Ipu, Nova Russas e Crateús. O reservatório tem apenas 3,6% de sua capacidade e deve atingir volume morto entre fevereiro e março de 2017, colocando esses centros urbanos em situação grave de desabastecimento.
Poços
A cidade de Crateús desde 2014 enfrenta crise de abastecimento de água. Dezenas de poços foram perfurados como alternativa para atender à demanda da população local que, passou a recolher água em chafarizes instalados no centro urbano. A adutora do Araras desde o início apresenta problemas de vazamento e de oferta aquém da necessidade das famílias.
Rodízio foi implantado na cidade pela Cagece. Os moradores temem que o Araras seque, deixando de transferir água para o sistema local de abastecimento. "As pessoas falam que o açude está secando em fevereiro do ano que vem se não chover logo em janeiro", disse a dona de casa, Francisca Bezerra.
No ano passado, houve testes de vazão de poços profundos na localidade de Canto dos Pintos, na zona rural de Crateús. Estudos preliminares de sondagens indicaram presença de um aquífero que poderia atender a demanda local por cerca de um ano, mas até o momento nenhum poço ou adutora foi instalado no local. O Estado priorizou o atendimento de necessidades urgentes em outros municípios.
Mais grave
A situação mais grave é na cidade de Independência. Os açudes Cupim e Barra Velha secaram e o Jaburu II está com 0,79%, praticamente no volume morto. Em dezembro de 2015, uma AMR foi implantada, mas a fonte de água está secando e será preciso encontrar nova estratégia de abastecimento. "Em novembro, vamos fazer uma avaliação completa da situação na região, mas, no momento, sem dúvida, o quadro mais crítico é em Crateús", disse o chefe do escritório regional da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Francisco Rodrigues Júnior.
O Açude São José III, que atendia a demanda de Ipaporanga, secou em 2015, mas, neste ano obteve uma pequena recarga e está com 3,9%. O abastecimento é precário e irregular. A cidade de Novo Oriente é abastecida pelo reservatório Flor do Campo, que acumula apenas 3%; e Tamboril pelo reservatório Sucesso, que está com 3,8% da capacidade. Em Quiterianópolis, o Açude Colinas, que estava seco desde 2013, sangrou neste ano e acumula agora 52% do volume.

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