quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Comunidades sofrem com falta d'água

Rio Trussu em Iguatu, na localidade de Barreira dos Pinheiros: leito seco, sem água para atender a demanda da comunidade ( Foto: Honório Barbosa )
Iguatu. Os moradores da comunidade de Barreiras dos Constantinos, nas margens do Rio Trussu, zona rural de Iguatu, na região Centro-Sul, enfrentam falta de água no sistema de abastecimento local. O problema decorre da reduzida liberação do recurso hídrico no Açude Trussu e da construção de barramentos irregulares no leito do rio, que impede a passagem da água.
Piora
O lençol freático baixou, os poços estão secando e a água que chega ao reservatório não atende a demanda da localidade. A crise no abastecimento vem se agravando nos últimos dois meses. "Aqui a gente só tem água dois dias na semana, e é pouca", disse a dona de casa, Maria Lúcia Bezerra, conhecida por Vera. "As famílias estão sofrendo e não têm condições de comprar água para beber", conta ela.
O presidente da Associação de Moradores das Barreiras dos Constantinos, Raimundo Barbosa da Silva, mais conhecido por 'Dubinha' explicou que a água que é liberada pela válvula dispersora do Açude Trussu, cerca de 200 litros por segundo, não está chegando à comunidade. "A quantidade é pouca", disse, acrescentando que os moradores têm informações de que foram feitos barramentos por produtores rurais, com sacos de areia, de forma clandestina, impedindo a passagem da água.
Queixas
De acordo com Raimundo Silva, a água do lençol freático baixou muito e o poço não atende mais a demanda da comunidade. "Só funciona por duas horas e seca e a gente depende da água do manancial que simplesmente não está chegando à comunidade, causando prejuízos", diz.
Na tarde de ontem, Raimundo Silva visitou uma área com o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Edval Lavor, e o chefe de Gabinete da Prefeitura de Iguatu, Lindovan Oliveira. "Existe outro poço que será interligado e esperamos que dê para atender a demanda das famílias", disse o presidente da Associação de Moradores das Barreiras dos Constantinos. "Nesta sexta-feira, o problema deverá ser resolvido", garantiu.
O serviço alternativo será feito por técnicos do SAAE. O morador Pedro Batista reclama mais atenção por parte do Serviço. "A solução é a perfuração de um poço profundo, pois achamos que próximo ao leito do rio há água no subsolo em quantidade suficiente para atender a comunidade", frisou. "É preciso uma decisão política para resolver o nosso problema".
Na manhã de ontem, a lavadeira Josefa Souza retornou para casa com as roupas sujas. "A água do rio acabou e o que ficou não presta para lavar nenhuma peça", disse. Há pontos no Rio Trussu em que a água está com mau cheiro.
Já na casa de Antônia Bezerra pratos e panelas se acumulam sobre a pia, e na lavanderia roupas sujas estão largadas. "A gente aqui está sem água até para tomar banho", disse.
No município de Iguatu, 25 comunidades dependem de distribuição de água por meio de caminhão-pipa da Operação do Exército. O fornecimento tem sido irregular. São apenas três caminhões cadastrados e há comunidades que permanecem mais de duas semanas sem a colocação de água nas cisternas.
A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos, (Cogerh) informou que vai intensificar a fiscalização no leito do Rio Trussu para impedir e eliminar barramentos irregulares denunciados por moradores das comunidades ribeirinhas e evitar que a ação clandestina volte a ocorrer, prejudicando os moradores.

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