
Nesta semana, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) começa a renegociar dívidas do Programa Nacional de Crédito Fundiário em projetos de assentamento no Interior do Ceará. Inicialmente, serão visitados 10 municípios em um mutirão, segundo recomendação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O esforço é para reduzir a inadimplência no programa.
A estratégia de renegociação inclui reuniões nos sindicatos dos trabalhadores rurais de cada município para repasse de orientações técnicas, sensibilização e em seguida encontro nas sedes das unidades produtivas com representantes dos projetos e de associações. Além das questões operacionais de dívidas, valores e prazo, verifica-se também a atualização do quadro social, indispensável para a concretização das negociações.
Há dois anos, a renegociação passou a ser individual. Antes era coletiva. Inicialmente, os técnicos da Coordenadoria de Crédito Rural e Políticas Afins (Cocred) da SDA visitarão os municípios de Canindé, Morada Nova, Ibicuitinga, Madalena, Itatira, Boa Viagem, Apuiarés, Pentecoste, Paramoti e Umirim para o mutirão de negociação.
A SDA divulgou um calendário de visitas. No período de 7 a 11 deste mês, as visitas acontecem em Canindé, nas unidades produtivas de Pedra Furada, Oiticica, Campo Verde/Fazenda São Cristóvão, Serragem/Fazenda Feijão, Corrente/Conceição, Nova Vitória e Maracajá.
VISITAS CIDADES
Entre os dias 14 e 18 será a vez de Morada Nova, nas unidades produtivas de São Gonçalo, Lagoa da Serra, Belmonte e Riacho do Escudeiro; Ibicuitinga, no Vale dos Sonhos e Fazenda Boqueirão; Apuiarés, na Fazenda São Pedro/Pitombeiras; Pentecoste, em São Lourenço e Fazenda Varzante Grande; Paramoti, em Fazenda Sangria e Umirim, na Fazenda Pau Branco.
No período de 28 a 31 deste mês, o trabalho será concluído em Madalena, nas unidades produtivas de Nova Esperança e Vaca Serrada; Itatira, em Bom Lugar; e em Boa Viagem, no projeto Bela Aliança.
O gerente regional da Ematerce, em Iguatu, Joaquim Virgulino Ferreira Neto, destacou a importância do Programa Nacional de Crédito Fundiário, para assegurar a permanência das famílias no campo, gerar emprego, renda e produção agropecuária de base na agricultura familiar. “Algumas unidades podem enfrentar dificuldades de pagamento, mas isso depende do nível de organização dos associados, da qualidade da terra, da fonte de água”, observou.
Para Virgulino Neto, os projetos que dependem de água da chuva para produzir (agricultura de sequeiro) enfrentam enormes dificuldades mediante cinco anos seguidos de seca, no sertão do Ceará. “Sem produção, não há renda e por isso ocorrem atrasos no pagamento das parcelas anuais referente à compra da terra”, explicou. “Muitas vezes, a renda só dá para sobrevivência da família”.
PROJETOS DE IGUATU
No município de Iguatu, duas unidades produtivas financiadas pelo programa estão com pagamento em dia, segundo o gerente regional da Ematerce, nas localidades de Regalo e Japão. “Esses dois projetos são exemplo de que houve melhoria na qualidade de vida das famílias, das moradias, da renda, pois o nível de organização é satisfatório e a renda assegura o pagamento do financiamento”, disse Virgulino Neto.
O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores no Ceará (Fetraece), Luís Carlos Ribeiro, também destacou a importância social e econômica do programa que possibilita a aquisição da terra pelos agricultores. “Há dificuldades decorrentes da estiagem, mas que serão superadas”, disse. Ele defendeu ampliação do crédito rural para custeio e investimento nas unidades produtivas e assistência técnica, em parceria com governo do Estado e municípios. “Não adianta apenas assegurar a posse da terra, mas é preciso dar meios de produção”.
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