Duas rebeliões foram registradas, na tarde de ontem, nos Centros Educacionais Dom Bosco e Patativa do Assaré, nos bairros Passaré e Ancuri respectivamente. O Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) foi acionado e fez intervenções nas duas unidades. Esta é a terceira rebelião nos Centros, em quatro dias.
O tumulto no Patativa do Assaré foi controlado, antes mesmo da chegada da Polícia. No Dom Bosco, além do motim, os internos provocaram incêndios e só cederam com a entrada das patrulhas do Comando Tático Motorizado (Cotam).
De acordo com o juiz Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, titular da 5ª Vara da Infância e Juventude, os adolescentes se rebelaram devido às condições das unidades. Conforme o magistrado, os infratores entraram em luta corporal com os socioeducadores e lesionaram alguns profissionais com armas brancas artesanais, que portavam.
Segundo Clístenes Gonçalves, outro fator que pode ter motivado os atos violentos é a proximidade com o Natal e com as festas de Fim de Ano. Na semana passada 12 internos fugiram do Dom Bosco e apenas um foi recapturado. "Neste período, não só os Centros Educacionais, mas todo o Sistema Carcerário fica muito tenso", afirma.
O juiz conta ainda, que há cerca de 15 dias, integrantes da Comissão de Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, de Brasília, esteve presente em alguns Centros de Fortaleza, após receber denúncias de maus-tratos contra os internos.
Destruição
Segundo o magistrado, o Dom Bosco e o Patativa do Assaré estão totalmente destruídos, porque passaram por uma sequência de rebeliões. Gonçalves disse que a situação entre adolescentes e orientadores é complicada. "O retrato dos Centros Educacionais do Ceará é este: falência, colapso. A situação mais grave de todos os tempos".
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