Crato. Moradores do Sítio Coqueiro, zona rural deste Município, foram os primeiros a suspeitar que o incêndio na Chapada do Araripe foi criminoso. Essa versão foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar, que verificou indícios de focos em vários pontos daquela localidade. Pelo menos, 30 hectares de vegetação foram destruídos.
O fato aconteceu na sexta-feira e se estendeu até domingo passado. Segundo os moradores, por volta do meio-dia de sexta-feira a queima de espécies vegetais se alastrou rapidamente até chegar à Área de Preservação Ambiental (APA).
Combate
Logo que notou o fogo, a população acionou os bombeiros, que realizou uma ação conjunta com 15 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no combate ao fogo. Moradores relataram que o calor era muito forte e a fumaça espessa dava para ser vista de longe. Com os fortes ventos e alta temperatura, as chamas se espalharam rapidamente, o que dificultou o trabalho dos profissionais. Mesmo assim, os bombeiros chegaram a controlar alguns focos no mesmo dia. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Leoni Granjeiro, "não é comum aparecer tantos focos assim ao mesmo tempo".
O Corpo de Bombeiros recebeu, na tarde do domingo, um reforço com 15 profissionais do Comando Geral, em Fortaleza para ajudar a combater o incêndio. Moradores e populares sensibilizados com a situação ajudaram na ação como voluntários.
Segundo o capitão Leoni, pelo menos 30 hectares foram destruídos pelas chamas, sendo 25 na APA cinco na Floresta Nacional do Araripe. O fogo não atingiu a tubulação de abastecimento, o que deixaria algumas localidades sem água, como a população temia. A Assessoria de Imprensa da Sociedade Anônima de Água e Esgoto de Crato (SAAEC) informou ao Diário do Nordeste que "o abastecimento mantém-se na normalidade".
Segundo a gerência de fogo da Floresta Nacional do Araripe, a brigada de prevenção e combate a incêndios florestais já realizou dez operações desde julho. "O mais grave nos incêndios que atingem a floresta é o impacto sobre o pássaro soldadinho-do- Araripe, que está em fase de reprodução. É um retrocesso, os danos para o meio ambiente são imensos. Com a floresta destruída, o solo fica desprotegido e deixa de absorver as águas das chuvas. Ou seja, a água bate e escorre, causando desmoronamentos", afirmou Leoni.
Causas
Os dados levantados pelo ICMBio revelam que os incêndios florestais são 100% causados por imperícia, imprudência, negligência e dolo humanos. "Os incêndio são provocados, na maioria das vezes, com a queima de lixo e renovação de pastagem", afirma Vicente Alves Moreira. Para resolver o problema, o Instituto sugere que os proprietários rurais se comprometam com a defesa de suas propriedades e que as prefeituras de Crato, Barbalha, Missão Velha e Jardim formem suas brigadas ou contratem bombeiros civis. É preciso, ainda, segundo o Instituto, que o Governo do Estado amplie o efetivo do militares bombeiros do Cariri.
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