O deputado federal Aníbal Gomes, investigado junto com Renan Calheiros, é acusado por crime de declaração falsa à Justiça Eleitoral ( Foto: Agência Câmara )
Brasília. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra mais três parlamentares na Operação Lava-Jato: o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) - aliado do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) -, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça e aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o senador Benedito de Lira (PP-AL), pai dele.
Arthur e Benedito já haviam sido indiciados pela Polícia Federal e agora foram denunciados formalmente ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro. O relatório da PF havia apontado que os dois tiveram dívidas de campanhas eleitorais pagas pelo doleiro Alberto Youssef e receberam propinas por meio de doações eleitorais oficiais resultantes do esquema de corrupção na estatal.
Já o deputado Aníbal Gomes é investigado junto com Renan, mas virou alvo de uma ação separada por ter confessado um crime eleitoral no depoimento prestado aos investigadores.
Ele declarou à Justiça Eleitoral que doou R$ 207.400 de seu próprio bolso à sua campanha de deputado em 2014 mas, questionado sobre valores em espécie que guardava consigo, revelou que pelo menos a metade era proveniente de doações feitas por terceiros. Segundo ele, tratavam-se de "amigos e parentes".
Por isso, a PGR acusou-o do crime de declaração falsa à Justiça Eleitoral. A denúncia, porém, não quer dizer que os envolvidos são culpados. A Justiça agora irá decidir se acata ou não a denúncia. Caso seja acatada, o processo é aberto, e eles viram réus.
Defesa
A defesa de Arthur Lira e Benedito de Lira informou que ainda não teve acesso à denúncia. Anteriormente, também disseram não ter conhecimento do relatório da PF que pediu o indiciamento. A reportagem não obteve contato com Aníbal Gomes até o fechamento desta edição.
Ontem, Rodrigo Janot também apresentou ao STF a primeira denúncia contra um executivo envolvido no esquema de corrupção da Petrobras. O alvo é o dono da UTC, Ricardo pessoa, apontado como chefe do cartel de empreiteiras que se uniu para participar dos desvios na estatal, que é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A PGR cobra dele e dos Lira devolução de R$ 2,6 milhões por causa dos desvios e uma reparação de R$ 5,2 milhões por conta dos crimes no esquema de corrupção.
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