Desde que foi inaugurada, em setembro do ano passado, a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), já apreendeu mais de três toneladas de entorpecentes (maconha, crack e cocaína) e tirou das ruas, no mesmo período, 210 pessoas suspeitas de envolvimento com a venda de drogas ilícitas na Capital e região metropolitana. Os números são significativos, mas apontam apenas o início de um trabalho árduo que "começou a dar frutos agora", como afirmou o diretor da Divisão, delegado Sérgio Pereira, em entrevista exclusiva concedida ao Diário do Nordeste, na sede da Especializada, no Bairro de Fátima.
Acompanhado da diretora adjunta da DCTD, delegada Patrícia Bezerra, Pereira afirmou que o mérito das apreensões e prisões é das equipes de novos policiais da Divisão, que têm atuado, segundo ele, "num ritmo alucinante de querer prender e localizar drogas". Em 12 meses (setembro de 2014 a setembro deste ano, foram realizados 150 procedimentos, sendo 126 flagrantes e 24 inquéritos instaurados por portaria.
Além de resultarem em 162 homens presos e 48 mulheres capturadas, todos indiciados por tráfico de drogas, as operações também apreenderam 45 armas de fogo e 80 veículos. Os materiais estavam em poder dos suspeitos detidos pelas equipes de policiais civis da Divisão.
Horário
O "ritmo alucinante" dos policiais, apontado como preponderante para os resultados, como afirmou o diretor da DCTD, teve que ser dimensionado juntamente com a otimização na carga horária de trabalho das equipes. "Quem vai fazer nosso horário é o traficante. Basta que a gente tome conhecimento que ele está vendendo drogas, a gente vai pra lá e começa a investigar. Eles trabalham as 40 horas semanais e, extraordinariamente, a Polícia Civil paga hora extra para eles. Teve uma equipe que trabalhou com a delegada Patrícia e ficou 72 horas no ar (até que a operação fosse deflagrada e os suspeitos presos). Estamos todos engajados, o objetivo é o mesmo, tirar traficantes das ruas", afirmou Pereira.
A delegada Patrícia Bezerra, que chegou à Unidade, em junho deste ano, corrobora as afirmações do diretor e ressalta a qualidade dos policiais. "Isso aqui (combate ao tráfico) exige esse ritmo. O time aqui é muito bom. Eles podem contar com a gente assim como podemos contar com eles", disse.
Apesar de enfatizar o bom andamento das atividades, os dois delegados responsáveis pela Especializada não esconderam as dificuldades e os desafios a serem superados quando questionados sobre se a estrutura pensada no projeto inicial da Divisão já estava em total funcionamento. "Aqui temos a estrutura de quatro delegacias, mas apenas dois delegados. Estamos esperando a finalização dos novos concursos da Polícia Civil para que possamos contar com mais delegados e inspetores, o que melhorará ainda mais o que já está dando certo, com muito esforço", afirmou Sérgio Pereira.
Esforço que tirou mais de dois mil e novecentos quilos de maconha de circulação, mais de 100 quilos de cocaína e crack e três mil unidades de drogas sintéticas como Ecstasy, MDMA (Metilenodioximetanfetamina) e LSD (Dietilamida do Ácido Lisérgico), na sigla em inglês.
A quantidade de droga apreendida continua sendo um dos requisitos importantes para deflagrar as operações, mas segundo os delegados Sérgio e Patrícia, muitas vezes, a importância e relevância do alvo (traficante) podem fazer com que as ações sejam implementadas para não perder a oportunidade de prender um grande traficante e tirá-lo de circulação.
Os delegados Sérgio Pereira e Patrícia Bezerra explicam que cada situação é analisada. "Muitas vezes o alvo (traficante) é monitorado por dias e avaliamos o melhor momento para agir. Tem traficante que raramente pega na droga, ele administra tudo por meio dos intermediários. Quando tomamos conhecimento que ele está, pelo menos com um quilo, vamos lá e prendemos. Porque sabemos que é uma oportunidade única e ele é o 'cara', tem que estar preso. O homem que movimenta muito, as vezes é pego com pouco. Muitas vezes não é a quantidade o mais importante a ser avaliada é a relevância do alvo", ressaltaram os diretores da DCTD.
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