quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

15/01/2015 às 09h33min - Atualizada em 15/01/2015 às 11h09min
Redação - Crato(CE)
TAMANHO DA FONTE
A-
A+
ESTUDO DOS CÂNCERES
Organização Mundial de Saúde (OMS)ataca estudo que atribui 65% dos cânceres ao acaso

Células cancerígenas. Multiplicação descontrolada seria decorrente de ‘má sorte’, segundo estudo Foto: Latinstock / Agência O Globo


O GLOBO

 

LION, FRANÇA - A agência para o câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS) atacou o estudo recém-divulgado da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, segundo o qual o acaso, e não fatores externos ou genéticos, é responsável por 65% dos cânceres. O estudo foi publicado na revista científica “Science” no dia 2 de janeiro. O organismo manifestou “profundo desacordo” com as conclusões da pesquisa e afirmou que ele poderia levar as pessoas a subestimarem tabagismo, sedentarismo e outras más práticas associadas à doença.



O estudo compara o número de divisões de células-tronco em vários tecidos durante a vida e sugere que mutações aleatórias (ou “má sorte”) são “as maiores contribuintes ao câncer, geralmente mais importante que fatores genéticos ou ambientais”. O autor defende um maior foco na detecção precoce da doença, em vez de a prevenção de sua ocorrência.



Mas para a OMS, “esta posição poderia ter consequências negativas tanto para a pesquisa de câncer quanto para as perspectivas de saúde pública”. Especialistas do órgão apontam “uma série de limitações metodológicas e vieses na análise apresentada no relatório”.




— Já sabíamos que para um indivíduo desenvolver certo tipo de câncer existe um elemento de sorte, mas isto tem pouco a dizer sobre o nível de risco de câncer em uma população — explica Christopher Wild, diretor da Agência Internacional para Pesquisa de Câncer (Iarc). — Concluir que ‘má sorte’ é o principal fator para o câncer seria errôneo e pode diminuir os esforços para identificar as causas da doença e preveni-la.

Nenhum comentário:

Postar um comentário