Senador declara que vai renunciar se comprovado elo
Citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa como um dos congressistas envolvidos no esquema de corrupção na estatal, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) prometeu, ontem, renunciar ao mandato se ficar comprovado qualquer vínculo seu com o ex-diretor ou com as irregularidades na estatal. Nogueira também exonerou o servidor de seu gabinete que viajou de Brasília para São Paulo, em janeiro de 2012, com passagem paga pelo doleiro Alberto Youssef, como revelado nesta terça pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. A exoneração deve ser publicada no “Diário do Senado” até o final da semana.
Em carta encaminhada ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Criminal de Curitiba (PR), que investiga o caso, Nogueira se diz “perplexo” com as acusações que ligam o seu nome à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que descobriu o esquema de lavagem de dinheiro na estatal. Nogueira diz, na carta, que vai renunciar ao mandato se houver registros financeiros vinculados às confissões do ex-diretor da Petrobras ou se surgirem áudios e vídeos ou “qualquer conversa imprópria do ponto de vista ético” entre ele e Paulo Roberto Costa ou qualquer outro integrante do esquema de corrupção.
O senador também está disposto a abrir mão de sua cadeira no Senado se houver transações que beneficiem a ele ou suas empresas, ou se houver “qualquer comprovação de vínculo financeiro ilegal ou impróprio, também no contexto dos temas tratados pelo senhor Paulo Roberto”.
Em entrevista no Senado, Nogueira disse que nenhum parlamentar pode manter o seu mandato se tiver recebido dinheiro de “doleiro ou diretor de estatal”. Presidente do Partido Progressista, o senador disse não ter conhecimento do envolvimento de outros membros da sigla no esquema de corrupção. “Não tenho procuração para defender ninguém. Como presidente de partido, não vou tentar execrar nenhum inocente, mas também não vou usar o partido de forma nenhuma para defender nenhum culpado.”
Nogueira disse que o PP não vai investigar o envolvimento de membros da sigla porque não tem “instrumentos” para apurar as denúncias. “Quem tem instrumento é a CPI, o Ministério Público, a Polícia Federal. Depois de apuradas, aí sim o partido deve se reunir para tomar atitudes se tivermos culpados.”
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