segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Protestos contra Cunha ocorrem em 10 cidades

Na Capital Federal, os manifestantes fizeram um julgamento simbólico do presidente da Câmara e terminaram queimando um boneco, que tinha os bolsos cheios de dinheiro falso, representando o peemedebista ( FOTO: AGÊNCIA BRASIL )
São Paulo/ Brasília. Convocados para protestar contra o projeto de lei 5.069 e o ajuste fiscal, de autoria do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), manifestantes se reuniram ontem em dez cidades. Além de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília, houve atos em Belo Horizonte (MG), Belém, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Goiânia, Uberlândia e Foz do Iguaçu.
Na av. Paulista, o movimento foi organizado pela Frente Povo Sem Medo, que reúne cerca de 30 organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MTST).
De acordo com um tenente da Polícia Militar, o ato contava com aproximadamente 600 pessoas. Quando os manifestantes desceram a av. Brigadeiro Luís Antonio e ocuparam várias quadras da via, a PM manteve a estimativa. Para a organização, eram 20 mil manifestantes.
Havia bandeiras do MTST, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros (CTB), além de cartazes contra o PL 5.069. A proposta dificulta o aborto legal e restringe a venda de abortivos.
No discurso, Guilherme Boulos, líder do MTST, chamou Cunha de "sem-vergonha" e criticou o ajuste fiscal e o fechamento de escolas em São Paulo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), criticou Cunha e o processo contra o deputado Chico Alencar, líder do PSOL e um dos principais articuladores da ação que pede a cassação do peemedebista.
Brasília
No ato em Brasília, um boneco de Cunha foi queimado no gramado do Congresso Nacional. O presidente da Câmara já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de receber propina do esquema de corrupção na Petrobras. Agora também é acusado de ter escondido contas bancárias no exterior. Ele nega as acusações e diz que não precisava declarar oficialmente os ativos no exterior.
Um grupo de cerca de 150 manifestantes, na estimativa da Polícia Militar participou do protesto. Eles chegaram ao Congresso por volta das 14h de ontem, carregando faixas contra Cunha e também fazendo críticas ao ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff (PT).
A Polícia Militar fez um cordão de isolamento para evitar que houvesse confronto com um outro grupo de manifestantes que já está acampado no Congresso pedindo a saída de Dilma.
Os manifestantes fizeram um julgamento simbólico de Cunha e terminaram queimando um boneco do peemedebista, que tinha os bolsos cheios de notas falsas de dinheiro.
O protesto foi pacífico, à exceção de uma briga entre dois manifestantes, que foram detidos e conduzidos à delegacia mais próxima. Os organizadores afirmaram que os dois que brigaram eram "infiltrados".
No Rio de Janeiro, o local escolhido para reunir cerca de 100 manifestantes foi em frente à casa do presidente da Câmara, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste. Jovens levaram cartazes e pediram, em megafone, a saída dele do cargo.
Líderes do MTST, que organizaram o ato, justificaram o ato alegando que o deputado "é um dos piores parlamentares da história, seja pelo conservadorismo abjeto ou pela corrupção mais que comprovada".
"Faremos um escracho como parte da luta contra Cunha e também contra as medidas do governo federal que, para combater a crise, castiga os trabalhadores. Aqui está o povo sem medo de lutar", justificou o grupo, em sua página na rede social.
Cunha também foi alvo de protestos na manhã de ontem em Curitiba (CIC), na periferia da capital. O ato foi organizado pelo Movimento Popular pela Moradia (PMP) e pelo movimento Povo Sem Medo, que reúne outros movimentos populares.
Eles também pediram a renúncia de Cunha. Além do deputado, a manifestação atacou a aliança do governo federal com setores considerados conservadores e o corte de investimentos em programas sociais.
Segundo organizadores, 1,1 mil participaram do evento. Não houve estimativa de público por parte de órgãos oficiais.

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