quarta-feira, 11 de junho de 2025

Milho ganha protagonismo no Ceará e deverá ser plantado com algodão na Chapada do Araripe

Foto: Honório Barbosa


Um dos principais cultivos de subsistência do Ceará, o milho pouco a pouco vai ganhando protagonismo ao lado de outras culturas. A próxima barreira a ser superada deve ser na Chapada do Araripe, em alternância com plantações de algodão.


Foi o que indicou Alexsandro Mastropaulo, gerente de projetos da Corteva Agroscience, durante entrevista ao DN na Global Agrobusiness Festival (GAFFFF), considerado o maior evento de cultura agro do mundo e realizado no Allianz Parque, em São Paulo.


No Ceará, a Corteva desenvolve o chamado projeto Prospera, onde auxilia pequenos médios agricultores de milho a maximizar a produção, utilizando técnicas adotadas em grandes lavouras e reproduzidas em escala.


O projeto, que começou em 2022 no Estado, é desenvolvido na região Nordeste desde 2017, tendo sido iniciado em Pernambuco. Atualmente, a área de abrangência do Prospera vai do Ceará, descendo pelo litoral leste nordestino até chegar em Alagoas.


Uma das parceiras da Corteva no Ceará é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que está estudando o plantio de algodão em uma área de cerca de 2,5 mil hectares na região da Chapada do Araripe, na divisa entre o território cearense e Pernambuco.


Existem uns 2,5 mil hectares de algodão plantado no Ceará e que a Embrapa tem vontade de utilizar o milho como rotação de cultura para o algodão. É aí que o programa Prospera entra, ajudando com conhecimento e com aquilo que for necessário para essa visão da Embrapa de fazer uma rotação de algodão com milho. 

Alexsandro Mastropaulo

Gerente de projetos da Corteva Agroscience


A região da Chapada do Araripe vem recebendo, desde o fim de 2023, investimentos para o desenvolvimento da cadeia produtiva do algodão. Em março deste ano, a área para o cultivo da planta já superava os 20 mil hectares.


Milho para rotação de safra não é novidade no Nordeste

A ideia é que o plantio do algodão no sul cearense aconteça em uma região que já recebe lavouras como mandioca e soja e que, nos próximos anos, deve voltar a explorar a fibra, que já foi uma das bases da economia agropecuária do Estado.


Embora seja um dos negócios da Corteva, Alexsandro Mastropaulo afirmou que, pelo menos no que diz respeito ao projeto Prospera, não é de interesse da empresa o cultivo da fibra, mas sim maximizar a produção de milho nos cinco estados de atuação da iniciativa no Nordeste.


"O que a gente puder suportar os nossos parceiros e agricultores com milho, vamos levar esse conhecimento para eles", sacramenta, relembrando que o uso do vegetal como rotação de grandes culturas não é novidade, assim como a cana-de-açúcar em Pernambuco.


"Tem um trabalho interessante que a gente está fazendo com cana-de-açúcar, que é um consórcio de milho com cana-de-açúcar. Esse foi um trabalho da Embrapa, inicialmente", completa.


Ele ainda reforça o que tem sido feito em um cultivo de pequeno porte de caju em Ocara, no Maciço de Baturité. Os técnicos identificaram áreas livres na plantação, e indicaram ao agricultor o plantio conjunto do milho, como forma de aumentar a produtividade da área.


Os resultados já aparecem, e antes o que era um negócio apenas de subsistência transformou-se em uma renda lucrativa por meio do suporte técnico do Prospera.


"Está sendo um sucesso de fato no Ceará, porque a gente está alcançando produtividades elevadíssimas, como em Novo Oriente, Ocara e Tianguá. A gente vai montando esse ecossistema em prol do agricultor para que de fato ele consiga fazer essa transição tecnológica", celebrou.


Fonte: Diário do Nordeste

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