Foto: Lilly |
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução, nesta segunda-feira (9/06), ampliando a indicação de uso de Mounjaro no Brasil, incluindo o medicamento como opção para tratamento de obesidade. Até então, a medicação, à base de Tirzepatida, era recomendada somente para tratar diabete tipo 2 em adultos.
Divulgada no Diário Oficial da União (DOU), a norma já está em vigor e engloba diferentes dosagens e aplicações da substância.
Estudos clínicos já haviam demonstrado a eficácia do uso da caneta no combate ao sobrepeso. Agora, ela está aprovada para tratar a condição na presença de pelo menos uma comorbidade, acompanhada de atividade física e dieta de baixa caloria, conforme informações do portal CNN.
Na nova indicação da Anvisa, o Mounjaro é voltado para adultos com índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 (obesidade), ou maior ou igual a 27 (sobrepeso) com pelo menos uma comorbidade associada ao peso, como hipertensão, colesterol alto ou pré-diabete.
Na prática, a decisão do órgão oficializa a utilização da substância como opção ao tratamento da obesidade, algo que já vinha sendo adotado por alguns profissionais de saúde no formato off-label — quando um remédio é prescrito para tratar uma condição diferente das descritas na bula.
Apesar de aprovado pelo órgão desde 2023, o medicamento chegou ao mercado brasileiro somente em maio deste ano. Para uma caixa com quatro canetas, o preço varia de R$ 1.406,75 a R$ 2 384,34, considerando a alíquota de 18% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Em abril, a Anvisa determinou que a venda de canetas como Mounjaro e Ozempic deve acontecer somente com a retenção de receita, algo semelhante com o que acontece com antibióticos.
O que dizem os estudos sobre uso de Mounjaro para obesidade
A nova decisão da Anvisa foi baseada nos resultados do programa SURMOUNT, conjunto de sete estudos clínicos de fase 3 que recrutou mais de 20 mil pacientes em todo o mundo.
Conforme a pesquisa, indivíduos que utilizaram Mounjaro, associado a exercícios e dieta, apresentaram emagrecimento superior ao grupo placebo - voluntários que participaram da análise, mas que recebem um tratamento inativo, sem o ingrediente ativo que está sendo estudado.
Na dose mais alta da terapia (15 mg), os pacientes perderam, em média, 22,5%, enquanto na mais baixa (5 mg), perderam, em média, 16% (em comparação com 0,3% no placebo). Além disso, cerca de 40% das pessoas que usaram Mounjaro perderam mais de 40% do peso corporal total, em comparação a 0,3% do placebo.
Os voluntários da pesquisa que conciliaram o uso de Tirzepatida com dieta e prática de exercícios apresentaram alterações no colesterol e redução na medida da cintura e na pressão arterial. Conforme a CNN, as transformações foram desfechos secundários a partir do uso do medicamento, e não faziam parte da indicação.
Fonte: Diário do Nordeste
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