segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Acidentes têm queda de 43% após nova lei

Um ano após a implementação da nova Lei de Ultrapassagem, que estabelece punições mais severas a quem for flagrado tentando forçar a manobra, o saldo nas rodovias federais que cruzam o Ceará é positivo. De 1º de novembro de 2014 a 19 de outubro deste ano, houve redução de 43% no número de acidentes tendo como causa presumível a ultrapassagem indevida.
Registrou-se queda de 27% na quantidade de mortos e de 3% no total de feridos graves nestas circunstâncias. Os dados foram comparados com o igual período do ano anterior (de 31/10/2013 a 31/10/2014), época em que vigorava a lei antiga. As informações são da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Convertendo em números, os acidentes foram reduzidos de 97 para 55; as mortes diminuíram de 15 para 11; e os feridos passaram de 35 para 34 no tempo de um ano. Por outro lado, a PRF registrou acréscimo de 46% nas autuações por ultrapassagem proibida. Foram 11.493 flagrantes entre 2013 e 2014, contra 16.759 de 2014 a 2015.
Nas rodovias estaduais, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), também houve incremento na quantidade de motoristas realizando a manobra de forma indevida. Entre janeiro e outubro de 2014, Detran e Polícia Rodoviária Estadual (PRE) registraram 1.894 infrações. Neste ano, no igual período, foram 2.676 condutores penalizados. O órgão estadual não possui estatística sobre a quantidade de acidentes, mortos e feridos tendo como causa a ultrapassagem proibida.
Risco
Conforme explica o inspetor Alexsandro Batista, da PRF, este tipo de situação oferece grande perigo aos ocupantes de veículos, já que podem resultar em colisões frontais. "Acidentes nestas circunstâncias são responsáveis pelos maiores índices de letalidade em rodovias federais, pois ocorre a soma das velocidades dos veículos no momento do impacto, resultando em mais violência e gravidade", aponta.
Para o psicólogo Wagner Paiva, presidente da Associação dos Psicólogos de Trânsito do Estado do Ceará (Apsitran), o comportamento do motorista no trânsito reflete a conduta dele em outros aspectos da vida. "As pessoas dirigem como são. Aquelas educadas, gentis e de bons princípios, também serão assim nas ruas. Não existe alguém educado só para o trânsito", avalia.
Wagner sugere a intensificação das campanhas. "Infelizmente, as iniciativas neste sentido ainda são muito tímidas, costumam duram apenas uma semana. O cidadão precisa absorver as regras para, então, mudar a conduta, e isso se faz a médio e longo prazos", conclui.

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